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Kiwi: app de perguntas e respostas atrai jovens com anonimato

Logotipo do aplicativo de perguntas e respostas Kiwi; software viralizou com notificações no Facebook - Reprodução
Logotipo do aplicativo de perguntas e respostas Kiwi; software viralizou com notificações no Facebook Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

23/03/2015 06h00

Em pouco menos de uma semana, o aplicativo Kiwi - Q&A virou um dos mais baixados da categoria gratuito na loja de conteúdos Android (o sistema mais popular do Brasil). Apesar de ter ficado conhecido pelas notificações enviadas para amigos no Facebook, o app chama a atenção por permitir saber o que nossos amigos pensam através de perguntas.

A ideia não é necessariamente nova -- serviços como o Formspring.me e Ask.fm, por exemplo, faziam o mesmo. Como seus concorrentes, o Kiwi também tem uma versão web que pode ser acessada no site https://kiwi.qa. Porém não é possível fazer perguntas por lá. 

Como funciona

Depois de baixar e instalar o aplicativo, o usuário deve se cadastrar com um e-mail ou pelo Facebook.

A interface do programa lembra bastante o Twitter. Tem a aba "feed" (que mostra as perguntas respondidas pelos seus amigos), "descobrir" (que exibe interações recentes na rede) e "atividade" (notificações de novos seguidores e de que determinadas pessoas responderam sua pergunta).

No Kiwi, o usuário pode responder e fazer perguntas (identificando-se ou optando pelo anonimato). Todos os questionamentos devem ter um "destinatário".

Caso não tenha gostado de uma pergunta, a pessoa pode ignorá-la ou excluí-la. Essa última opção, por enquanto, não está disponível no Android. Para apagar uma pergunta no sistema do Google, é preciso respondê-la para, em seguida, removê-la.

As interações lembram um pouco o Facebook. É possível curtir respostas e responder com textos ou imagens, como a área de comentários da rede social.

Interface do aplicativo Kiwi lembra o Twitter: há uma timeline com todas respostas dadas pelos amigos do app - Reprodução - Reprodução
Interface do aplicativo Kiwi lembra o Twitter: há uma timeline com todas respostas dadas pelos amigos do app
Imagem: Reprodução

Por que viralizou tão rápido?

O Kiwi foi disponibilizado na App Store e no Google Play em 18 de março. Em menos de dois dias, ele já figurava entre os mais baixados na loja do Google.

A possível razão disso é a interação do app com o Facebook. Ao fazer o cadastro, ele pergunta se o usuário deseja convidar outros amigos. Isso fez com que várias pessoas enviassem notificações para contatos da rede social. Como resultado, é provável que muitos usuários entrassem no aplicativo ou tivessem raiva pela aporrinhação.

Não estou no Kiwi. Quais tipos de conteúdos vou achar?

No primeiro contato com o aplicativo, foi possível perceber que os usuários mais ativos são adolescentes (a faixa etária mínima do programa no Google Play é dez anos).

Navegando pela aba descobrir (onde há as publicações mais recentes), há vários conteúdos que lembram as correntes do Orkut, só que em ambiente móvel. Exemplo: "poste seu papel de parede", "dê uma nota de 0 a 10 para mim", "uma música para fechar a noite" ou "a foto mais legal que está no seu celular".

Por que é legal?

O aplicativo diz que o Kiwi ajuda as pessoas a saberem o que seus amigos pensam. De fato, é possível acessar o perfil de cada amigo e ver as respostas que ele deu.

Um recurso que pode ser legal é o de fazer perguntas anônimas. Ao questionar usuários no Kiwi, alguns citaram que utilizam o recurso para paquerar. Pode ser uma forma de quebrar o gelo.

Por que pode dar problema?

Ao mesmo tempo em que a função de fazer perguntas anônimas pode ser legal para se aproximar de pessoas desconhecidas, ela também pode ser usada para o mal.

Foi possível achar uma série de comentários impróprios para menores (usuários perguntando, por exemplo, se uma menina menor de idade já tinha gozado). Sem contar na possibilidade de praticar bullying sem ser identificado.

No Brasil, o aplicativo Secret, que permitia divulgar segredos de forma anônima, foi alvo de vários processos jurídicos e chegou até a ser bloqueado no país. Vários usuários estavam usando a plataforma para difamar outras pessoas.