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Octa, da Positivo, tem design invocado, mas deixa a desejar por falta de 4G

Positivo Octa X800 tem processador com oito núcleos e custa a partir de R$ 899 - Divulgação
Positivo Octa X800 tem processador com oito núcleos e custa a partir de R$ 899 Imagem: Divulgação

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em São Paulo

27/03/2015 06h00

A Positivo voltou ao mercado de smartphones com ganas de ser um “líder local” com dispositivos como o Octa, um aparelho Android que chega ao mercado para brigar com aparelhos intermediários, mas com faixa de preço próxima à de aparelhos avançados.

Custando R$ 899 (versão com 8 GB de armazenamento) e R$ 949 (com 16 GB), os smartphones se destacam pelo design com detalhes em metal e vidro e o processador de oito núcleos - é daí quem vem o nome escolhido pela fabricante brasileira.

Entre os pontos negativos, o aparelho peca pelo sistema operacional Android desatualizado --a maioria dos aparelhos lançados neste ano já vem com a versão Lollipop, enquanto o Octa sai de fábrica com a anterior KitKat--, falta de 4G (aparelho só funciona em redes 3G) e a ausência de uma câmera melhor para selfies.

A seguir, os destaques do teste:

Design legal e hardware razoável

O Octa não é dos aparelhos mais finos do mercado e isso não é necessariamente algo ruim. Isso dá a ele pegada (é fácil e confortável manuseá-lo), apesar do material metálico do qual é feito.

Para dar mais resistência ao dispositivo, a Positivo, seguindo a tendência das principais marcas, revestiu a parte traseira com um vidro Gorila Glass.

A tela do aparelho é HD de 5 polegadas, ele tem entrada para dois chips de telefonia, 1 GB de memória RAM, sistema operacional Android KitKat (a marca promete que a versão Lollipop, que é mais atual, chega até junho) e duas câmeras, sendo uma de 13 megapixels traseira e uma frontal de 5 megapixels.

Nas duas versões do aparelho (8 GB e 16 GB), é possível expandir o armazenamento até 32 GB com cartão de memória.

O processador chama a atenção pelo nome: MediaTek MT 6592 é octa-core (é de oito núcleos, sendo que cada um opera em 1,4 GHz). No entanto, no dia a dia, não houve grande surpresa quanto ao desempenho.

Não teve problemas em rodar apps de redes sociais, como Facebook ou WhatsApp. Os games “Need for Speed” (de corrida) e “Dead Trigger 2” (de tiro em primeira pessoa) também funcionaram sem dificuldades. Porém o aparelho apresentava um leve aquecimento na área superior traseira, próximo à câmera do dispositivo.

Além disso, ao fazer muitas tarefas simultâneas, jogar um game, enquanto baixa outro, fez com que o sistema apresentasse pequenos travamentos. Nada que comprometa a experiência, mas por ter oito núcleos se espera um desempenho melhor.

Outro problema são as teclas virtuais do smartphone, que ficam na parte inferior da tela. O usuário deve adivinhar, por exemplo, onde fica a tecla “voltar” – onde deveria ter um sinal, há apenas um ponto. Depois de algumas vezes dá para se acostumar, mas deveria estar lá especificada as três opções possíveis.

Câmera: recursos bons, mas sensor frontal deixa a desejar

As câmeras do aparelho são “burocráticas”. O sensor traseiro de 13 megapixels é até bom, mas não espere fotos sensacionais. Após tirar uma foto e dar zoom (nem precisa ser muito), é possível ver a granulação do arquivo. A vantagem é que há uma série de filtros e alguns ajustes manuais para melhorar a captação.

A frontal é ruim. Mesmo ao tirar um selfie no escritório, ela parece que não consegue captar bem a luz do ambiente. Fotos tiradas com a câmera ficaram escuras e um pouco “lavadas”.

Selfie tirada com o Positivo Octa (e) comparada com o Moto X de 2014, lançado em 2014; os dois aparelhos têm sensor frontal de 5 megapixels - Guilherme Tagiaroli/UOL - Guilherme Tagiaroli/UOL
Selfie tirada com o Positivo Octa (e) comparada com o Moto X de 2014, lançado em 2014; os da Positivo tem resolução de 5 megapixels, enquanto o da Motorola tem 2 megapixels
Imagem: Guilherme Tagiaroli/UOL

Em ambientes mais bem iluminados, é possível tirar proveito do modo embelezador, que ajuda na “remoção” de rugas, “esbranquecer” o rosto e até personalizar os filtros para o formato do rosto. Os ajustes só podem ser feito ao acessar as configurações no modo beleza.

Além disso, outro recurso bacana é o disparador remoto: basta fazer o sinal da “paz” que a câmera inicia a contagem para disparar.

Software

O smartphone Octa vem com uma personalização da Positivo chamada Launcher 3, mas, na prática, é praticamente o Android KitKat puro com alguns ícones diferentes.

Para ajudar os usuários de primeira viagem, ele traz alguns aplicativos famosos pré-instalados, como o Skype e o WhatsApp. Além disso, há o WPS Office, uma espécie de Office para smartphone.

Conclusão

A Positivo acertou no design do Octa, mas talvez tenha errado a mão no preço. Com o valor da versão mais barata (R$ 899), é possível já comprar um aparelho com conectividade 4G.

Além disso, em tempos de selfies, o aparelho conta com uma câmera frontal medíocre, que deixa as cores da imagem “lavadas” – para as fotos ficarem boas, um filtro para melhorar a nitidez e o contraste podem ajudar.

Direto ao ponto: Positivo Octa X800

  • Tela: 5 polegadas  IPS HD (1.280 x 720 pixels);
  • Processador: MediaTek Octa-core de 1,4 GHz;
  • Sistema Operacional: Android 4.4 KitKat (vai ser atualizado para Lollipop ainda no 1º semestre);
  • Conexões: Wi-Fi, 3G e Bluetooth;
  • Bateria: 2.000 mAh;
  • Memória: 1 GB de RAM / 8 GB ou 16 GB para armazenamento;
  • Câmeras: 5 megapixels (frontal) e 13 megapixels (traseira);
  • Dimensões: 14 cm x 70 cm x 0,79 cm (A x L x E);
  • Peso: 150 gramas;
  • Pontos positivos: design elegante; aparelho tem “pegada” e tem apps pré-instalados;
  • Pontos negativos: câmera para selfie ruim, não tem 4G e o sistema operacional não é o mais atual.