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Google lança portal para dar ao usuário mais controle sobre dados pessoais

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Larissa Leiros Baroni

Do UOL, em São Paulo

01/06/2015 06h00

Poucos dias após a conferência Google I/O 2015, em que a gigante da tecnologia apresentou as principais novidades previstas para o ano, a empresa colocou no ar dois novos portais para dar "mais transparência à sua política de privacidade", além de oferecer ao usuário "mais controle sobre suas informações", segundo Rodrigo Paiva, gerente de projetos na equipe de segurança do Google.

A página "Minha Conta" (https://myaccount.google.com/) reúne as opções de segurança e privacidade das mais diversas plataformas do Google e permite que os usuários façam as alterações que julgarem necessárias. "As permissões de acesso ficaram muito mais fáceis de serem visualizadas e alteradas", disse Paiva, em entrevista ao UOL.

Segundo ele, o recurso já estava disponível, mas não de maneira "centralizada" e "ordenada". "Antes, para alterar o termo de privacidade, era preciso entrar na página de cada serviço." Com a criação do "Minha Conta", como o gerente explica, há um maior detalhamento sobre os tipos de acessos de cada serviço. Mesmo se restringirem o acesso às informações pessoais, os usuários continuarão usando o serviço, seja na web ou na versão mobile.

"As informações coletadas tornam o produto mais útil e ágil. Portanto, se você optar pela restrição, pode ser que o produto passe a não ser tão útil", relatou Paiva, que também destacou o upgrade para a proteção das senhas de acesso com o "Minha Conta" e a adesão do processo de verificação em duas etapas.

A partir de agora, o login na conta do Google passa a ser um pouco diferente, talvez mais trabalhoso, mas também mais seguro. Sempre que fizer login no Google, é preciso digitar a senha como de costume. Em seguida, um código é enviado para o seu celular. Ou, se você tiver uma chave de segurança (uma espécie de token ou pendrive), poderá inseri-la na porta USB do seu computador. É possível, no entanto, autorizar um computador em particular para fazer essa verificação dupla.

No outro site colocado no ar (google.com.br/privacidade), o Google responde de forma simples e diretas algumas perguntas sobre sua política de privacidade, entre elas: "Quais são os dados coletados?", "Como a empresa usa essas informações?", "O Google vende minhas informações para outras empresas?".

O objetivo, segundo Paiva, é tornar transparente as ações da empresa e dar mais segurança aos usuários. "Queremos mostrar como protegemos as informações que ele nos fornece e aumentar a confiança", disse, destacando a relevância do tema após os escândalos do WikiLeaks.

O gerente do Google falou sobre uma pesquisa realizada por uma agência norte-americana que mostrou que 93% dos entrevistados achavam ser importante ter controle sobre a permissão do acesso às suas informações pessoais, mas apenas 7% deles informaram ter feito qualquer alteração nesse controle.

"Ou seja, muitos reconhecem a importância do tema, mas desconhecem como fazer as devidas alterações. O Google, portanto, decidiu facilitar os processos, sendo mais didático e apresentando o passo a passo", afirmou.

Permissões de apps

O tema de segurança também foi destaque na abertura do Google I/O 2015, realizado na última quinta-feira (28) na Califórnia (EUA), com a apresentação das novidades da nova versão do Android, entre elas a mudança nas permissões de aplicativos, que já era esperada.

Com a opção, o Google promete dar um controle maior aos usuários sobre o que um aplicativo pode usar no smartphone. Até a versão Lollipop, o usuário recebia uma lista de todos os recursos que o app poderia ter acesso e tinha basicamente duas opções: aceitar tudo ou não aceitar nada. Com o Android M, a nova versão do sistema operacional, será possível dar acesso à câmera, por exemplo, mas não aos contatos.

Além disso, o app pedirá acesso a esses recursos a medida em que forem necessários. A partir daí, sua decisão fica gravada, mas poderá ser mudada nas configurações.