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Amigos se inspiram nas 'pérolas' das mães no WhatsApp para criar página

Larissa Leiros Baroni

Do UOL, em São Paulo

02/06/2015 06h00

"Mãe, de que cor é esse vestido?", perguntou o químico João Henrique Nunes, 25, que nunca imaginou que a resposta a essa questão —tão corriqueira no auge da polêmica do vestido preto e azul— o inspiraria a criar a página no Facebook "Minha mãe no WhatsApp". Não por ela ter acertado a cor, mas por ter usado o humor de uma maneira tão espontânea: "Que vestido é esse?? Vira homem!".

AI GROSSA

Posted by Minha Mãe no whatsapp on Sábado, 28 de fevereiro de 2015

Um print da conversa foi postado por Nunes no Facebook. A boa repercussão o fez perceber que não era o único a ter histórias engraçadas da mãe no aplicativo. A amiga Tais Bronca, 23, também colecionava boas pérolas dessa interação. Não à toa, juntos, decidiram criar uma página na rede social, que já conta com mais de 17 mil curtidas.

Enquanto a mãe de Nunes chamava a atenção pelo jeito despojado e bem-humorado, as interações da mãe de Tais conquistavam a graça do público pela falta de familiaridade com o WhatsApp e até mesmo com o smartphone —principalmente com o autocorretor. "Tudo começou como uma brincadeira. Não tínhamos a mínima ideia no que ia dar", contou o químico.

"No começo, a página era abastecida apenas com as conversas das nossas mães. Mas em pouco tempo os amigos começaram a participar mais ativamente, com o envio das pérolas de suas mães, até que a participação ganhou uma proporção inimaginável", afirmou Tais. "Antes, quando recebíamos duas contribuições era muito. Hoje, no entanto, esse número gira em torno de 15", afirmou. A jovem contou que, mesmo estudando química, pretender fazer um curso de redes sociais para tentar profissionalizar o que começou apenas como um passatempo.

A brincadeira foi muito bem aceita pela mãe de Nunes. "Não tinha contado a ela da página, mas ela viu quando compartilhei no Facebook. De cara identificou suas falas e já saiu recomendando para as amigas", disse o jovem. Uma recepção um pouco diferente da mãe de Tais que, segundo ela, ficou brava com a exposição. "Mas, depois que expliquei sobre o anonimato, ela ficou mais tranquila."

Apesar das risadas garantidas nessa interação, tanto Nunes como Tais reconhecem o potencial do aplicativo na aproximação deles com as mães. "Como estudo em outra cidade, o WhatsApp tem servido como meio de comunicação nos momentos em que ela não consegue me ligar", conta Tais, que diz que a mãe de 53 anos começou a usar o app em outubro de 2014, quando ganhou seu primeiro smartphone.

A praticidade do WhatsApp, segundo Nunes, também tem permitido que ele se comunique com a mãe de 62 anos —que trabalha em horários bem diferentes dos seus— de "maneira mais rápida e a qualquer momento". "Sem contar, essa inserção dela no mundo digital nos fez ter mais assunto para conversar. Quando a gente se encontra, estamos sempre mostrando um ao outro o que vimos de mais legal, seja no WhatsApp ou nas demais redes sociais."