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Google desenvolve pulseira de monitoramento para pesquisas de saúde

Divulgação/Google
Imagem: Divulgação/Google

Caroline Chen e Brian Womack

23/06/2015 16h04

A divisão de ciências biológicas da Google Inc. criou uma pulseira de monitoramento de saúde que pode ser usada em testes clínicos e de medicamentos, fornecendo a pesquisadores e médicos informações minuto a minuto a respeito de como os pacientes estão se saindo.

O aparelho experimental, desenvolvido dentro da divisão de pesquisa da empresa, a Google X, pode medir a pulsação, o ritmo cardíaco e a temperatura da pele, e também dar informações do ambiente, como exposição à luz e níveis de ruído. Ele não será comercializado como um aparelho de consumo, disse Andy Conrad, chefe da equipe de ciências biológicas da Google.

"Nosso uso pretendido é que ele se torne um aparelho médico prescrito para os pacientes ou usado para testes clínicos", disse Conrad em entrevista por telefone.

Médicos, pesquisadores e fabricantes de medicamentos há muito ansiavam por uma forma de monitorar de forma contínua os sinais vitais dos pacientes fora de um laboratório. Contudo, a criação de um aparelho que fosse fácil para os pacientes usarem e que ao mesmo tempo capturasse dados ricos e precisos foi um desafio, disse Kara Dennis, diretora-geral de saúde móvel da Medidata, firma especializada em análises de dados com sede em Nova York.

A Google oferece recursos de monitoramento de saúde para relógios inteligentes em sua plataforma de softwares para consumidores Android Wear por meio de parceiros como a LG Electronics Inc. A Apple Inc. e outras empresas também têm relógios inteligentes e aparelhos com recursos de saúde. Contudo, a maioria dos aparelhos para o consumidor existentes não são suficientemente rigorosos para as pesquisas, disse Conrad.

E é aí que a Google X pode ter importância. O laboratório foi criado para conduzir grandes projetos com o potencial de compensação a longo prazo, como carros autônomos, turbinas eólicas e drones para entregas. A divisão de ciências biológicas já criou uma lente de contato experimental capaz de medir os níveis de açúcar no sangue em pessoas diabéticas. Assim como as lentes de contato, as pulseiras reúnem informações continuamente.

Pacientes são pouco confiáveis

"Historicamente, os médicos fazem tudo -- os pacientes precisam apenas aparecer no local do teste", disse Dennis. "Agora, estamos pedindo que os pacientes assumam a significativa responsabilidade de reunir informações". Até mesmo pedir pequenas coisas aos pacientes, como carregar regularmente o aparelho, prejudica a conformidade dos dados, disse ela. Uma pulseira com um sensor preciso e confiável pode mudar isso.

Conrad disse esperar que no futuro ferramentas como a pulseira da Google sejam usadas por pessoas saudáveis para identificar sinais precoces de doenças. "Eu vislumbro que um dia, dentro de 20 ou 30 anos, os médicos entregarão todo o processo aos pacientes", disse Conrad. "Prevenção significa monitorar o tempo todo".

A Google irá colaborar com pesquisadores acadêmicos e fabricantes de medicamentos para testar a precisão das pulseiras e buscar autorização regulatória para usá-la nos EUA e na Europa, disse Conrad. Os ensaios para testar a pulseira começarão durante o próximo trimestre, disse a porta-voz da Google, Jacquelyn Miller. A Google também poderá procurar um parceiro de fabricação, disse Conrad. Por exemplo, a Alcon, uma unidade da fabricante de medicamentos suíça Novartis AG, licenciou e comercializará as lentes de contato.