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Dependência do Google e smartphones têm estragado nossa memória, diz estudo

Dependência de busca do Google e de smartphones estão afetando a memória das pessoas conectadas; pesquisadores chamam esse fenômeno de amnésia digital - iStock
Dependência de busca do Google e de smartphones estão afetando a memória das pessoas conectadas; pesquisadores chamam esse fenômeno de amnésia digital Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

02/07/2015 09h42Atualizada em 02/07/2015 13h03

Um levantamento feito no Reino Unido concluiu que a dependência dos smartphones e de buscas feitas no Google têm feito as pessoas terem problemas com memória. De acordo com o estudo, feito pela empresa de segurança Kaspersky, menos da metade dos adultos conectados consegue lembrar-se, por exemplo, o número de sua parceira ou parceiro. As informações são do "The Telegraph" e do “The Daily Mail”.

Não é apenas um problema entre cônjuges. Dos pais britânicos consultados, 71% informaram que não se lembram do número de seus filhos.

Mais da metade dos jovens do Reino Unido com idade entre 16 e 24 anos disseram que seus smartphones contam com quase todas as informações que eles precisam saber ou lembrar-se, como contatos telefônicos e detalhes importantes de serviços digitais que usam.

"Precisamos entender esse processo a longo prazo, de como nós nos lembramos dos fatos e como nós protegemos essas lembranças", disse David Emm, um dos pesquisadores da Kaspersky. "Os números de telefone que mais importam para a gente estão a poucos 'toques'. Logo, não precisamos mais nos lembrarmos de alguns detalhes."

De acordo com especialistas, esse esquecimento, chamado no estudo de "amnésia digital", tem ocorrido, pois os cérebros têm se adaptado à internet.

"Somos criaturas adaptáveis e não nos lembramos de tudo, pois não é uma característica dos humanos. Uma das razões que explica essa falta de preocupação em lembrar-se das coisas é o fato de confiarem em seus dispositivos", disse Kathryn Mills, que é pesquisadora de neurociência da University College London, sobre o levantamento.

"Em muitas sociedades, o acesso à internet é tão estável que parece tão comum quanto ter acesso à eletricidade ou água corrente", afirmou.