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Polícia do Piauí cria app que ensina como excluir imagens de vingança pornô

Divulgação
Imagem: Divulgação

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

14/10/2015 20h22

Um aplicativo para smartphones desenvolvido pela polícia do Piauí pretende ajudar vítimas da chamada "vingança pornô", quando imagens íntimas de uma pessoa são divulgadas sem seu consentimento, geralmente pelo ex-parceiro.

 Lançado na terça-feira (13), o app, que está no Google Play com o nome “GRP contra a vingança pornô”, contém desde dicas de prevenção a formas de denunciar o violador de conteúdo. Mas a principal ferramenta é a que explica como excluir o conteúdo em caso de divulgação nos sites de buscas e redes sociais.

O aplicativo foi desenvolvido “aos fins de semana” por três policiais civis do Piauí: o delegado Alessandro Barreto, o agente Marden Lincoln e o escrivão Venceslau Felipe. “Fizemos isso nas horas vagas, com objetivo social. Se a gente ajudar uma pessoa a resolver o problema, o aplicativo já se fez”, disse Barreto.

Segundo ele, a ideia surgiu ao ver a angústia de mulheres que procuravam a polícia para buscar ajuda para frear a proliferação de imagens íntimas.

“Sempre fui um curioso da área. Li o Marco Civil da Internet e, conversando como os policiais que trabalham comigo, vimos que quando alguém tinha a privacidade violada, além de ser submetida à humilhação e ao apedrejamento virtual, não sabia o que fazer. Nossa ideia com o aplicativo é dizer que caminho tomar e principalmente como excluir o conteúdo”, afirmou.

No aplicativo, além de informações sobre delegacias onde prestar queixas nas principais cidades do país, há informações de como agir diretamente em contato com os grandes sites e evitar a divulgação das imagens.

“A principal angústia da vítima, que às vezes não quer nem procurar polícia, é que pare a divulgação do conteúdo. “Redes como Google, Bing, Facebook, Twitter e Instagram propiciam possibilidade de exclusão desse conteúdo. Vejo uma preocupação grande dessas aplicações em banir essa prática odiosa”, explicou.

O próximo passo para proteger as vítimas é atuar no aplicativo de conversa Whatsapp. “Estamos estudando um caminho até que a jurisprudência diga que esses grandes conglomerados que oferecem o serviço devem responder”, finalizou o delegado.