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Tão caro quanto um iPhone, Sony Xperia Z5 traz "supercâmera"; veja teste

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

07/12/2015 05h00Atualizada em 28/07/2020 04h50

O Sony Xperia Z5, novo celular topo de linha da empresa japonesa, chegou ao mercado brasileiro neste mês com a promessa de ser a melhor câmera de smartphone do mundo. É uma afirmação cuja comprovação depende também dos critérios pessoais de cada usuário, mas é certamente uma forte candidata a esse título, como visto nos testes do UOL Tecnologia.

Com sensor de 23 Megapixels, a câmera é sem dúvida o grande chamariz do Z5, que ainda traz uma série de bons recursos como uma ótima tela, design sofisticado, bateria robusta e identificação por impressão digital. Mas como em todo produto premium, tudo isso tem seu preço: o modelo tem preço sugerido de R$ 4.299, mais caro que um iPhone 6S de 16 GB de armazenamento e o mesmo valor de um iPhone novo de 64 GB —o da Sony tem 32 GB.

A estrela: boas fotos

Se você é fascinado por fotografia, porém, o alto valor do Xperia Z5 poderá compensar. A câmera apresenta um sistema híbrido de autofoco, que combina detecção de contraste para precisão e da fase para velocidade. Isso, na prática, entrega mais definição nas formas fotografadas e reduz a chance de borrões indesejados.

É claro que há limites para isso: objetos que se mexam muito rapidamente, como mãos e braços agitados ou veículos em alta velocidade, continuaram borrados no teste. Locais com menos iluminação também prejudicam o foco. Mas é um consenso que mesmo as melhores câmeras de celular até então costumam fraquejar nesse quesito, e a câmera do Z5 demonstra um grande avanço.

A câmera também é capaz de tirar fotos em série com um atraso de apenas 0,03 segundos e possui uma lente grande angular de 24 milímetros que permite zoom de até 5x. Em períodos de maior uso do nosso teste, a câmera demorou uns segundos processando a imagem até ficar pronta para uso novamente. Mas esse "lag" não aconteceu em grande parte do tempo, em uso convencional.

Outros recursos são os efeitos de realidade aumentada nas fotos e vídeos (como dinossauros e duendes); gravação em câmera lenta (mas que fica menos fluido que o mesmo recurso do iPhone); e a possibilidade de gravar uma cena com múltiplas câmeras com outro celular Xperia. Nada indispensável, porém; são apenas recursos divertidos.

Superaquecimento

O porém é que a câmera é a principal responsável pelo superaquecimento do Z5 nos testes. Segundo a Sony, o sensor potente acaba exigindo mais do processador (Snapdragon 810, octa-core de 1,7 GHz), e alguns minutos de uso já são suficientes para esquentá-lo bastante. A boa notícia é que ele resfria em pouco tempo após o período de uso mais intenso.

O Z5 também promete mais resistência à água, mas a Sony retrocedeu um pouco nesse aspecto, já que a linha Xperia se vendia antes como "à prova d'água". Agora, a empresa não recomenda mergulhar o aparelho, mas diz que ele tem proteção em caso de chuvas, respingos e quedas rápidas em recipientes líquidos. Isso porque havia reclamações dos consumidores de defeitos após os mergulhos. Para reforçar isso, as tampas que protegiam as entradas de conexão (fone de ouvido e microUSB), existentes nos Xperias anteriores, foram retiradas aqui.

Reconhece digital

Outra boa novidade é o botão de liga/desliga na lateral que ganhou uma identificação biométrica semelhante às dos iPhones e do Galaxy S6 da Samsung. Por enquanto, ele serve mais para facilitar o destrave de tela: você aperta o botão para ativar a tela, depois encosta o dedo e a tela com apps é revelada. Se falhar, a opção é digitar uma senha alfanumérica convencional.

Durante os testes, o botão reconheceu a digital só na segunda tentativa na maioria das vezes. Se o dedo estiver molhado, o recurso também fica prejudicado. De qualquer forma, ele não deixa de ser um facilitador; o usuário se acostuma com o recurso depois de algum tempo.

No mais, o Z5 mantém as características boas e ruins do antecessor Xperia Z3+. Das boas há a tela Full HD de 5,2 polegadas; bateria de 2.900 mAh com o recurso Stamina que rende um dia inteiro de uso intenso do celular (e um dia e meio de uso moderado); 3 GB de RAM; e visual limpo com corpo em alumínio.

As ruins são o formato alongado com bordas altas que incomodam a mão e dificultam o manuseio em alguns momentos, principalmente na parte alta da tela; o Android 5.1 que recebeu as costumeiras alterações e apps próprios da Sony (questão de gosto aqui, vale lembrar); e o alto preço, sendo o primeiro de 2015 a quebrar a barreira dos R$ 4 mil, pouco antes da Apple.

Avaliação