Topo

Governo adia plano de trocar TV analógica por digital para 15 de fevereiro

Ana Ottoni/Folhapress
Imagem: Ana Ottoni/Folhapress

Larissa Leiros Baroni*

Do UOL, em Rio Verde (GO)

15/12/2015 16h27

O desligamento do sinal analógico em Rio Verde (GO), que estava previsto para 29 de novembro, foi prorrogado para o dia 15 de fevereiro de 2016. O anúncio foi realizado pelo ministro das Comunicações, André Figueiredo, nesta terça-feira (15).

A cidade de 200 mil habitantes foi escolhida como piloto ao processo de digitalização da televisão brasileira, que prevê a extinção da transmissão analógica até 31 de dezembro de 2018. Mas por falta de adequação dos moradores de Rio Verde, o início dessa digitalização foi adiado.

Segundo portaria do Ministério das Comunicações, o sinal analógico só pode ser interrompido quando 93% dos domicílios estiverem preparados para a conversão --meta ainda não alcançada pelo município goiano.

Pesquisas realizadas uma semana antes do prazo inicial indicavam que apenas 68% da população local estava adaptada para receber o sinal digital. "Uma semana depois os levantamentos apontaram um aumento de 10 pontos percentuais, ou seja, 78% dos domicílios estavam preparados para o desligamento do analógico", apontou o ministro, que se mostrou bastante confiante no cumprimento do novo prazo.

Para atingir ao menos 93% dos domicílios necessários, o governo --que já distribuiu conversores a famílias beneficiadas pelo Bolsa Família-- vai garantir a gratuidade dos aparelhos aos domicílios que integram o Cadastro Único. "A medida tende a beneficiar cerca de 17 mil pessoas. O número é mais que suficiente para atingirmos a meta", afirmou Figueiredo.

A diferença é que as famílias do Bolsa Família receberam o conversor com o Ginga, tecnologia que possibilita a interatividade e que não será disponibilizada aos usuários do Cadastro Único. O aparelho sem o Ginga deve custar aos cofres públicos metade do preço do convencional, que custa cerca de US$ 40.

O ministro informou que o benefício, a princípio, se restringe apenas aos moradores de Rio Verde, mas não descartou a possibilidade de ampliá-lo nas cidades que eventualmente tiverem dificuldades de atingir a meta para o desligamento do sinal analógico.

A prorrogação do prazo em Rio Verde deve afetar o cronograma da digitalização em outras cidades, como apontou Figueiredo, que já adiantou que o processo só deva ser concluído em Brasília em outubro, não em abril, que era a definição inicial. "Essas pequenas mudanças são esperadas, mas sem afetar o limite final para a extinção do sinal analógico, que será impreterivelmente no dia 31 de dezembro de 2018".

O governo tem pressa para processo de digitalização da televisão brasileira diante da necessidade da liberação da frequência de 700 MHz, que já foi leiloada em 2014 para as operadoras de telefonia móvel, que devem usá-la para a expansão do 4G.

* A jornalista viajou a Rio Verde a convite da Claro.