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Brasileiros acham injusta regra do WhatsApp de enviar dados para Facebook

iStock/Getty Images
Imagem: iStock/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

27/09/2016 17h23

A nova política de privacidade do WhatsApp, que obriga o compartilhamento de dados com o Facebook, é considerada injusta pela maioria dos brasileiros, segundo enquete realizada pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

Ao todo, 2.463 pessoas se posicionaram sobre a mudança adotada pelo aplicativo de mensagens entre os dias 8 e 21 de setembro. Para 63,5% dos participantes, a nova regra é injusta por não permitir que o usuário escolha o que quer ou não compartilhar com o Facebook.

A nova política de privacidade foi anunciada no dia 25 de agosto e os usuários tiveram 30 dias para decidir se aceitariam as mudanças ou, caso contrário, deixariam de usar o aplicativo. Isso porque o compartilhamento das informações do WhatsApp —tais como número de telefone e tempo que passam no aplicativo— com o Facebook não era opcional. A única opção de escolha estava relacionada à autorização do uso das informações pessoais para fins comerciais.

A enquete apontou ainda que para 25,7% dos usuários os termos são confusos, o que indica que o WhatsApp não soube explicar —de forma didática e compreensível— quais são os tipos de dados que serão compartilhados com o Facebook.

Há inclusive uma boa parte das pessoas (48%) que acredita que o "conteúdo das mensagens" será compartilhado com outras empresas. Algo que o WhatsApp afirma que não será violado. "Mesmo que estejamos trabalhando em colaboração com o Facebook, suas mensagens criptografadas permanecerão privadas e ninguém mais poderá lê-las. Nós, o Facebook ou qualquer outra pessoa estarão impossibilitados de ler as suas mensagens", apontou a empresa.

Os dados da enquete, segundo o Idec, comprovam que o WhatsApp não está sendo suficientemente transparente com relação ao uso dos dados dos usuários. "Há muito mais por trás da mudança dos termos de uso e o app falhou em garantir o consentimento livre para todas essas escolhas, desrespeitando o Marco Civil da Internet", apontou Rafael Zanatta, pesquisador em telecomunicações do órgão, que não descarta a possibilidade de mover uma ação civil pública contra o aplicativo.

Em nota, o WhatsApp disse que oferece controle aos usuários sobre a forma como os seus dados podem ser usados."Fizemos os nossos termos e política de privacidade facilmente acessíveis a todos, compartilhamos uma visão geral das principais atualizações e demos o poder a todos os usuários de tomarem a melhor decisão para eles em relação à atualização."