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Note 7 é uma potência explosiva; UOL testou aparelho antes de recall

Do UOL, em São Paulo

28/09/2016 06h00

Após estar envolvido em diversos casos de explosão e passar por um recall envolvendo pelo menos 2,5 milhões de unidades, o Galaxy Note 7 volta a ser vendido a partir desta quarta-feira (28) na Coreia do Sul e na Europa. As vendas do aparelho nos Estados Unidos também são retomadas aos poucos.

O lançamento da sul-coreana estava previsto para chegar ao Brasil em setembro, mas foi suspenso em meio à polêmica mundial e ainda não foi divulgada uma nova data.

O problema tomou conta dos noticiários e chegou até a ofuscar as qualidades do top de linha da Samsung, que o UOL Tecnologia testou antes mesmo dos primeiros casos de explosão da bateria vierem à tona. Não há como negar que ele é uma potência de alto nível, que tem grandes chances de ser um dos principais concorrentes do recém-lançado iPhone 7.

Com tela de 5,7 polegadas, o Note 7 não só herdou o refinado acabamento do Galaxy S7 edge, como também o seu potente processador octa-core Exynos 8890. Também se apropriou da tecnologia Dual Pixel do Galaxy S7 --lançado no início do ano--, que aliada a maior abertura do sensor (F 1.7), passa a ser mais sensível à luz e garante melhores fotos mesmo em ambientes com pouca iluminação.

Mas apesar da inovação, o sensor da câmera principal reduziu de 16 MP (do Note 5) para 12 MP. A câmera continua filmando com a alta resolução 4K. Possui ainda HDR --tecnologia que melhora o contraste da imagem-- para fotos e vídeos. Já a câmera frontal manteve a resolução de 5 MP. Vale lembrar que os megapixels não estão relacionados diretamente à qualidade das fotos.

A maior novidade do Note 7, no entanto, é a tecnologia de reconhecimento de íris, que desbloqueia o aparelho ao ler a íris dos olhos do usuário a partir de um raio infravermelho. Não quer dizer que o aparelho tenha descartado a tecnologia de reconhecimento de impressões digitais, que --assim como no Note 5, e nos Galaxy S6 e S7-- está presente.

É ainda o primeiro aparelho da linha a ter resistência a água (capaz de resistir a uma submersão de 1,5 metro por 30 minutos)  e a substituir a entrada Micro USB pelo novo conector USB Type-C, de conexão de dados mais veloz e de entrada simétrica (tanto faz o lado em que você liga o cabo). Além disso, a sua característica S Pen também ganhou mais funções, que incluem a tradução de palavras em 37 idiomas e a criação de Gifs em poucos cliques.

O Note 7 conta ainda com 4 GB de memória RAM e 64 GB de armazenamento interno, com memória expansível via cartão microSD de até 256 GB --recurso que tinha sido extinto na versão anterior.

Bateria é a grande vilã

O grande problema do Note 7 está na bateria de 3.500 mAh (com carregador sem fio), que é a principal responsável pelos casos de explosão envolvendo o aparelho.

"Com base na nossa investigação, descobrimos que havia um problema isolado com a célula de bateria", justificou a Samsung à Bloomberg . "O superaquecimento da célula de bateria ocorreu quando ânodo e cátodo entraram em contato um com o outro, evidenciando um erro muito raro no processo de fabricação."

A Samsung informou na última terça-feira (27) que mais de 60% dos dispositivos vendidos na Coreia do Sul, Estados Unidos e Europa teriam sido recuperados. Mas,nesse mesmo dia, um homem chinês disse que seu smartphone Note 7 teria explodido menos de 24 horas após a sua compra. Fato que gera dúvidas sobre se os problemas da Samsung Electronics com baterias incendiadas estão se espalhando para as versões mais novas do aparelho.