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Na Índia, mulheres enviam casos de assédio à polícia pelo WhatsApp

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Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

05/10/2016 16h34

A polícia da cidade de Jaipur, na Índia, criou em abril uma linha exclusiva para mulheres enviarem —muitas vezes de forma anônima— denúncias de assédio. A iniciativa tem sido considerada pela polícia local como bem-sucedida, de acordo com o jornal "The Times of India".

Pelo WhatsApp, as vítimas de assédio enviam à polícia detalhes de seus perseguidores. Estes costumam enviar a elas fotos obscenas e mensagens de texto pelo aplicativo, e este conteúdo é logo reencaminhado à polícia.

"O número é frequentemente utilizado por pessoas que não querem revelar a sua identidade à polícia. O app permite registrar os problemas sem ter que visitar a delegacia de polícia. A resposta tem sido enorme", disse Vikas Pathak, chefe da polícia local.

De acordo com Pathak, o número recebeu várias queixas de mulheres em perigo. "Há poucos dias, um menino nos enviou uma queixa de que alguém estava enviando textos vulgares para sua mãe. Mas sua mãe não estava disposta a ir à delegacia. Nós informamos o departamento e rastreamos os bandidos".

Em outro incidente, uma mulher enviou as fotos de alguns rapazes que a seguiram saindo de seu escritório. A polícia enviou instruções a um agente para tomar medidas contra os infratores.

Desde abril deste ano, quando foi criada a linha, a polícia recebeu 343 queixas, das quais 49 estão pendentes. A polícia disse que os moradores estão usando o número para denunciar estes e outros tipos de crimes e ocorrências, como bêbados fazendo arruaça nas ruas.

Nas últimas semanas, pessoas enviaram fotos de si mesmas presas em engarrafamentos. "Nós informamos as autoridades policiais de trânsito sobre o congestionamento e pedimos para enviar uma equipe da polícia para facilitar o tráfego", disse um oficial da polícia ao jornal.

O sucesso da iniciativa contrasta com os problemas legais que o WhatsApp vem enfrentando na Índia. Dois estudantes indianos entraram com um recurso na Justiça contra o Facebook com o objetivo de desfazer as mudanças na política de privacidade do WhatsApp que, segundo eles, ameaçam os direitos de milhões de usuários.

Brasil

Iniciativas do WhatsApp na segurança pública também acontecem no Brasil há algum tempo. No ano passado, a polícia de São Paulo usou o WhatsApp para prender um suspeito de estupro. Os agentes criaram um perfil falso com a foto de uma mulher e marcaram um encontro com ele.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul recebe denúncias pelo app desde abril e no primeiro mês recebeu mais de 500 denúncias.