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Facebook quer atrair jovens para transmissão de jogo ao vivo

Rolf Vennenbernd/Efe
Imagem: Rolf Vennenbernd/Efe

Scott Soshnick

10/10/2016 17h59

As pessoas de 18 a 25 anos são um mistério para o negócio dos esportes. Elas não assistem partidas de três horas de duração na TV, nem compram ingresso para toda a temporada e preferem e-sports aos eventos ao vivo executados com perfeição.

Mas há muita gente nessa faixa etária, então não é possível ignorá-la, e os executivos esportivos estão ansiosos para capturar sua atenção. A Bleacher Report, que pertence à Time Warner e não é uma emissora esportiva tradicional, lançará sua estratégia para o fã de esportes da geração Y na sexta-feira, com o streaming via Facebook Live de um jogo da Pulaski Academy, colégio de Ensino Médio de Little Rock, no Arkansas, EUA.

Para qualquer pessoa acostumada ao futebol americano universitário ou profissional, a transmissão pode parecer um pouco bagunçada. A exibição é pensada para ser rápida, quase frenética, com vídeos curtos feitos com drones e minicâmeras GoPro, além de pesquisas ao vivo, concursos e estatísticas instantâneas geradas por sensores colocados nos jogadores. O técnico Kevin Kelley usará um microfone e falará sobre seu processo de tomada de decisões.

Marc Kohn, diretor sênior de vídeo e eventos ao vivo da Bleacher Report, diz que sua definição de sucesso é "uma transmissão incrivelmente criativa que supera barreiras."

Algumas escolas são pagas para participar, mas Kohn não informa quanto a Bleacher Report está investindo no projeto. Kohn tenta descobrir como integrar marcas à transmissão, que por enquanto não inclui publicidade.

Juntamente com o recente investimento multimilionário do Twitter em direitos de transmissão de esportes profissionais, os jogos são um sinal do crescente interesse em uma programação esportiva capaz de atingir aqueles que estão cancelando serviço de TV a cabo e, cada vez mais, aqueles que nunca tiveram TV a cabo. A Amazon e o YouTube (que pertence ao Google) têm negociado com ligas de esportes profissionais e empresas de mídia como a The Tennis Channel para transmitir eventos esportivos ao vivo.

Os esportes mais assistidos nos EUA provavelmente chegarão ao Facebook em algum momento -- a empresa chegou a negociar com a NFL, a Liga Nacional de Futebol Americano, os direitos de transmissão digital dos jogos de quinta-feira à noite, mas o negócio acabou indo para o Twitter por US$ 10 milhões --, mas por enquanto o Facebook Live se transformou em espaço para conteúdo extra. O Cleveland Cavaliers, por exemplo, entrou ao vivo dos vestiários após conquistar o título da NBA, a liga americana de basquete.

O Facebook diz que seus usuários assistem 100 milhões de horas de vídeo por dia, 75 por cento delas em aparelhos móveis. Os vídeos do Facebook Live atraem 10 vezes mais comentários que os vídeos postados online em outros sites, uma métrica que sugere um público mais interessado.