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Holandês faz celular ser roubado para seguir vida do ladrão e gravar filme

Do UOL, em São Paulo

25/04/2017 12h58

Após ter seu iPhone roubado, Anthony van der Meer decidiu fazer uma armadilha com um outro celular para poder gravar a vida de um ladrão de smartphone. O resultado virou um documentário produzido por ele mesmo e postado no YouTube (você pode assistir ao vídeo completo acima).

Para o documentário, o holandês fez modificações em um celular HTC Android. Com a ajuda do aplicativo Cerberus, podia controlar o aparelho remotamente quando ele estivesse conectado com a internet, ler mensagens, ativar o microfone, tirar fotos, saber as localidades frequentadas pelo ladrão e muito mais.

Toda a vigilância durou duas semanas, mas o começo não foi fácil. A equipe do documentário tentou forçar um roubo à frente das câmeras em estações e pontos turísticos de Roterdã e Amsterdã, deixando uma pessoa distraída com uma mochila ao lado. Ironicamente, o celular não foi roubado nessas tentativas.

O smartphone só foi levado quando as câmeras foram desligadas – pelo menos é o que o filme alega. Aí foi que o monitoramento começou.

Logo depois do assalto, já foi possível ver para onde o assaltante iria: o microfone ligado registrava as estações de metrô. Mas então o aparelho ficou offline por quatro dias e todas as comunicações foram perdidas.

Na polícia, agentes disseram que o celular seria levado para um país do leste europeu e desmontado para revender as peças, o que acabaria com as chances do documentário. Por sorte, isso não ocorreu.

O ladrão inseriu um novo chip, em árabe, no aparelho. Foi então que o holandês conseguiu registrar fotos, apps no dispositivo, chamadas, mensagens e todo o trajeto do ladrão.

O autor do furto chegou a manter no aparelho as fotos da vítima por duas semanas. O estudante holandês até ligou para os mesmos números que o criminoso – um deles era um telessexo.

O documentário registra até momentos de intimidade do autor do assalto: quando o ladrão marcou um encontro em um café, a conversa foi gravada. 

No fim, Meer cria até uma certa empatia pelo ladrão, provavelmente um egípcio de cerca de 45 anos que não tinha onde morar na Holanda - ficava em abrigos ou casas de amigos.

A história mostra ainda um encontro olho no olho entre o assaltante e a vítima.