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Análise: iPhone melhora funções conhecidas e aposta em realidade aumentada

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em Cupertino*

13/09/2017 11h01

Tela infinita? Já vi. Desbloqueio com o rosto? Também. E uma tela sem botões físicos frontais? O mesmo. O fato é: quase tudo visto no lançamento do iPhone X já foi exibido de alguma forma pelos concorrentes. No entanto, a vantagem da Apple está justamente em aprimorar ideias.

Quer ver? Tela infinita e desbloqueio por biometria os últimos Galaxy S têm, porém a Apple inseriu esses dois recursos e criou um sistema mais sofisticado de reconhecimento facial, que cria uma espécie de modelo matemático do rosto da pessoa.

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Outro exemplo: um smartphone sem botão na frente. Vários telefones Android não contam com um botão home, como os iPhones faziam até então. No entanto, a interface do Google conta com alguns comandos padrões, que envolvem botões virtuais. Aí chega a Apple e tira tudo isso para tentar convencer os usuários substituírem suas funções apenas por gestos.

Há quem diga que a empresa perdeu o pioneirismo. Porém, a companhia com alguma frequência traz elementos que viram padrão (ou no mínimo tendência) no mercado. A câmera dupla do iPhone 7 Plus, lançado no ano passado, foi incorporada por várias marcas com o mesmo objetivo da Apple: tirar retratos para desfocar o fundo. A Motorola, por exemplo, já lançou a funcionalidade em seus aparelhos top de linha, como Moto X4 e o Moto Z2 Force.

Realidade aumentada

De tempos em tempos, a Apple aposta alto em determinadas áreas. Foi assim com o mutitouch (que possibilitou, por exemplo, o zoom fazendo o movimento de pinça) em 2007 e com a assistente Siri em 2011, lançada com iPhone 4S.

Neste ano, a empresa está investindo suas fichas em realidade aumentada. Para quem não sabe, o conceito consiste em usar elementos do mundo virtual no mundo real. Imagine você usando a tela do smartphone para ver detalhes de um prédio, como se ele estivesse em sua frente. Outro exemplo é o jogo "Pokémon Go", que permite caçar criaturas pela rua.

A companhia começou a falar de forma mais aberta sobre realidade aumentada no WWDC, mas só agora que alguns desenvolvedores começaram a mostrar seus trabalhos. No lançamento, foi mostrado, por exemplo, o game "Warhammer 40.000: Freeblade". Só bastou abrir o app, apontar para uma superfície pronta e começar a guerra contra seus inimigos.

Em outras aplicações convencionais de realidade aumentada, são necessários colocar pontos de referência (geralmente, pequenos pontos em um pedaço de papel numa superfície lisa). No da Apple, identificar uma superfície já possibilita "projetar" objetos.

As aplicações para realidade aumentada são muitas: já pensou em ver como é o prato de um restaurante antes de prová-lo? Ou mesmo conseguir medir itens reais, como um móvel, apenas ao apontar a câmera para o objeto? São essas algumas das possibilidades da tecnologia.

Cabe agora observarmos se isso vai ser uma tendência passageira —realidade aumentada existe há um tempo, mas agora está facilmente disponível para desenvolvedores na plataforma iOS 11. Por ora, é uma promessa bancada por uma das maiores empresas de valor de mercado do mundo.

* O repórter viajou a convite da Apple