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Gigante e confortável, iPhone X quer reinventar interação com smartphone

Guilherme Tagiaroli

Do UOL, em Cupertino*

13/09/2017 09h51Atualizada em 15/09/2017 10h38

Demorou, mas aconteceu: finalmente, a Apple eliminou as “molduras” na parte frontal do iPhone com o X (segundo a empresa, se fala dez e não “xis" ou “équis”, na pronúncia em inglês). Nem botão home tem mais. Agora, na frente, é tudo tela e isso implica em novas formas de interação do usuário com o telefone.

Telão confortável

Começando pela parte física, o telão Super Retina Oled de 5,8 polegadas dá uma boa ergonomia ao telefone. Surpreendentemente, ele não ficou gigante em minha mão, que é pequena. Outra questão sobre a tela é o fato de ela ser “infinita” e haver a possibilidade de você esbarrar em apps ou partes da tela sem querer. Não houve isso durante os testes. Em parte, pelo fato de haver ainda uma fina moldura que ajuda a apoiar a mão.

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O display, pelo menos no rápido contato que tivemos com o aparelho, é lindo. As cores são bem definidas, as nuances de contraste estão todas lá, além do brilho que é ótimo.

Nas partes que não são tela, a Apple usou aço inoxidável na lateral e vidro na parte traseira. Além de parecer frágil — a Apple diz que o vidro é super-resistente —, há um problema de “sujeira”. Ao manusear o aparelho, sobretudo o de cor clara, não faltaram marcas de dedo. Os expositores limpavam o dispositivo a toda hora. Se você tem TOC, a solução é colocar uma capa — o que pode ser uma pena, dependendo do que ela conseguir cobrir.

O aparelho é sem sombra de dúvidas lindo, mas decepciona um pouco ver que a parte superior da tela é ocupada por um conjunto de sensores que possibilitam o Face ID (ferramenta de desbloqueio da Apple que analisar o rosto do usuário) e desempenham algumas outras funções.

Aliás, nem a Samsung, que popularizou este tipo de tela, conseguiu encaixar esses sensores sob a tela. Nos Galaxy S8, por exemplo, há um pequeno espaço na parte superior em que ficam a câmera e outros itens. Talvez este seja um problema de design e engenharia que ninguém sabe direito como resolver. Devemos ter atualizações sobre isso nos próximos Galaxys e iPhones.

Para justificar o espaço sem tela, a Apple informou que existem oito sensores ali, o que inclui um projetor de pontos para o Face ID, a câmera frontal, sensores de ambiente e proximidade, uma câmera infravermelho e um alto-falante.

Novos gestos

Vários comandos no iPhone dependem do botão home — este, inclusive, era um item comum a todos os smartphones da Apple. Porém, agora a empresa quer que você aprenda novos comandos, já que a tela está toda ocupada.

Os comandos agora são feitos principalmente por gestos. O comando de arrastar o dedo de cima para baixo na parte inferior do telefone, enquanto roda um app, é equivalente ao pressionar o botão home. Para navegar entre os apps abertos, basta arrastar o dedo de cima para baixo e segurar por um tempo. O painel de controle agora é acessível ao arrastar o dedo de cima para baixo no canto direito inferior, onde fica o indicador de bateria.

A Siri, que sempre foi acionada segurando o botão home, poderá ser "chamada" pelo comando “Oi, Siri” ou ao segurar o botão lateral.

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Mais que uma câmera de selfie

O conjunto de câmeras do novo top de linha da Apple é especial. Não tanto pela câmera dupla traseira de 12 megapixels, mas pela câmera frontal de TrueDepth de 7 megapixels. Na prática, isso quer dizer que o smartphone poderá tirar fotos no modo retrato também com a câmera da frente.

A câmera frontal é tão importante que sua boa especificação é também por outras funções chave do smartphone. Um exemplo são os Animojis, emojis animados que podem ser personalizados com expressões faciais dos usuários. Basta escolher uma das opções de emojis animados (macaco, cocô, galo, etc) e gravar uma mensagem; enquanto isso, a câmera analisa 50 movimentos faciais do rosto para captar as expressões da pessoa.

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Por fim, a câmera de selfie aqui ganha grande importância na segurança. O Face ID depende dela e de outros sensores. A configuração do recurso de desbloqueio do telefone é simples: envolve gravar um pequeno vídeo do rosto, enquanto o usuário faz um movimento circular. Depois disso, o aparelho faz o reconhecimento facial e fica liberado para o uso.

No papel é legal, mas e na prática? O recurso apresentou um leve problema bem quando Craig Federighi, vice-presidente de engenharia de software da Apple, foi mostrar o funcionamento. Na ocasião, ele tentou desbloquear, mas não deu. Aí, ele passou a mão no rosto, como se estivesse limpando o suor, e deu certo.

Nos testes na área de experimentação, funcionou na maioria das vezes. Bastava dar uma olhada para o telefone e ele desbloqueia. Não há necessidade de “encaixar os olhos”, como ocorre no Galaxy S8, pois os sensores projetam mais de 30 mil pontos de infravermelho para análise facial. De modo geral, é interessante, mas ainda são necessários mais testes para averiguar como o recurso funciona no dia a dia.

O iPhone X, de alguma forma, lembra o primeiro telefone da Apple. Traz recursos novos e não parece um produto 100% acabado. No entanto, é um indicador de diretrizes que a empresa quer seguir.

Por ora, é possível vislumbrar um futuro para o iPhone com cada vez mais gestos e telas cada vez maiores e imersivas. Sem contar em melhorias de software, como os Animojis, exclusivo para a plataforma, que parecem ser feitas para convencer os usuários da marca a permanecerem no ecossistema da maçã.

Ficha técnica: iPhone X

Tela: 5,8 polegadas OLED
Sistema Operacional: iOS 11
Processador: Apple A11 Bionic
Memória: 64 / 256 GB de armazenamento; memória RAM não especificada
Câmeras: 12 MP dupla (principal) e 7 MP (frontal)
Dimensões e peso: 143,6 x 70,9 x 7,7 mm e 174 gramas
Bateria: não especificado
Preço: US$ 999 (64 GB) e US$ 1.149 (256 GB)
 
* O repórter viajou a convite da Apple