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Universidade chinesa usa reconhecimento facial para fazer chamada de aluno

Reprodução/Beijing News
Imagem: Reprodução/Beijing News

Colaboração para o UOL

29/10/2017 04h00

Em universidades brasileiras, é comum que a presença na sala de aula seja feita por uma lista, em que as pessoas simplesmente colocam seus nomes e a de seus amigos, que eventualmente estão fazendo qualquer outra coisa que não estudar. Mas pelo menos em uma faculdade da China isso seria impossível, pois um professor começou a implementar reconhecimento facial para fazer a “chamada” dos alunos.

O professor Shen Hao, que dá aula de comunicação na Universidade da China, tem mais de 300 alunos em seis cursos distintos. Então, ele resolveu usar uma tecnologia de inteligência artificial do Baidu (gigante da internet chinesa) para facilitar seu trabalho para conferir a presença dos alunos.

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Antes de começar as aulas, ele ativa um sistema em seu tablet, que pede para que os alunos se posicionem em frente ao dispositivo. A câmera, então, tira foto deles, enquanto o dispositivo busca pela correspondência na imagem no banco de dados da instituição.

"A forma tradicional de verificar a presença é fazendo uma lista de chamada. Este novo sistema economiza tempo e reduz a carga de trabalho dos professores”, disse Shen ao site “China Daily”.

De acordo com a publicação, os alunos têm brincado com o fato de o recurso de reconhecimento facial praticamente dificultar cabular as aulas. No entanto, a maioria diz apoiar o uso da tecnologia na universidade.

Reconhecimento facial em toda parte

Na China, a tecnologia de reconhecimento facial está se espalhando para diversas áreas. Só a plataforma de inteligência artificial do Baidu já está sendo usada em 80 serviços públicos distintos.

No país, você pode encontrar sensores para evitar o roubo de papel higiênico em banheiros de templos sagrados, validar compras em redes de fast food, envergonhar pessoas que atravessam a rua com o farol fechado e até proteger dormitórios universitários.

Além da praticidade, a popularidade da tecnologia tem relação com uma questão cultural. O povo chinês é um dos mais vigiados do mundo-- o país tem cerca de 176 milhões de câmeras de segurança. Logo, a noção de privacidade lá é bem diferente da praticada em países do ocidente.

Segundo especialistas, leis sobre a vida privada menos restritivas acabam facilitando a adoção de tais tecnologias. Na China, é comum que os cidadãos sejam fotografados, tenham de ceder suas impressões digitais ou informações pessoais para as autoridades.