Topo

Jornalista luta para convencer Google de que não está morta

Cara de uma, dados de outra: a Rachel Abrams da foto não está morta - Reprodução/Rachel Abrams
Cara de uma, dados de outra: a Rachel Abrams da foto não está morta Imagem: Reprodução/Rachel Abrams

19/12/2017 04h00

Rachel Abrams é uma jornalista da editoria de Negócios do jornal The New York Times, onde trabalha desde 2013.

Rachel Abrams era uma escritora e blogueira americana nascida em 2 de janeiro de 1951 e falecida em 7 de junho de 2013, esposa do controverso Elliott Abrams, que serviu a Casa Branca nos governos de Ronald Reagan e George W. Bush e esteve envolvido no escândalo Irã-Contras nos anos 1980.

Veja também:

Estas são duas mulheres completamente diferentes, com vidas completamente diferentes, que por acaso compartilham o mesmo nome. De acordo com o Google, porém, elas eram a mesma pessoa - o que é um problema para a Rachel Abrams que ainda está viva.

Em seu artigo "Google Thinks I'm Dead" ("Google Acha que Estou Morta", em tradução livre), Rachel descreve como, por alguma razão, os algoritmos da maior ferramenta de busca do mundo colocaram sua foto junto com a descrição da falecida Rachel Abrams - o que causou pânico e preocupação em pessoas que conhecem a jornalista.

Além disso, ela descobriu o quão complexo é para uma pessoa (relativamente) comum tentar corrigir uma informação a seu respeito na internet, já que o Google não tem exatamente uma linha de contato direta que ofereça este serviço.

"Acho que eles devem ter um número de telefone em algum lugar, mas ele direcionam muito as pessoas para a web e canais online", explicou para ela o chefe da organização ReputationDefender, Rich Matta. "É provavelmente parte do ethos deles que tudo seja feito bem ou melhor online."

O problema é que, para corrigir os parâmetros da informação divulgadas, Abrams deve provar que é "representante oficial de um tópico" para as páginas de ajuda do Google, o que para a companhia significa: ser dono do site oficial, canal de YouTube ou página do Google+; estar logado como dona de uma presença online oficial; ter sua Atividade na Web e App ativada; adicionar seu site oficial no Mecanismo de Busca.

O que são sistemas que podem funcionar para corporações ou figuras mais relevantes para mídia, mas não para pessoas que não tem seus sites próprios.

"Por experiência própria, é muito difícil enviar pedidos de correção ao Google em situações que não são violações claras de políticas e leis", disse Matta. "A maioria dos indivíduos fica confusa com a complexidade do problema, e não sabe nem por onde começar."

Para piorar as coisas, Rachel e seu primo chegaram até a perguntar ao Alexa, dispositivo da Amazon com compatibilidade com o Google, "quem é Rachel Abrams", recebendo uma descrição de uma corredora das Ilhas Marianas com o mesmo nome.

(Ao perguntar "Quem é Rachel Abrams do New York Times?", o aparelho desligou).

A jornalista chegou a entrar em contato com o CEO do Google, Sundar Pichai, e uma representante da empresa para ajudá-la a resolver este problema. O executivo nunca respondeu, mas ao revelar à representante que planejava fazer um artigo em um dos jornais mais reconhecidos e respeitados de todo o mundo, sua foto foi removida dos dados relacionados à falecida Rachel Abrams.

Infelizmente, nem todo mundo tem esta carta na manga para usar.