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Alta procura por bateria mais barata de iPhone faz troca demorar até um mês

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Bruna Souza Cruz

Do UOL, em São Paulo

14/02/2018 04h00

Se você precisa urgentemente trocar a bateria do seu iPhone, vai precisar ter paciência ou um plano B. Depois que a Apple admitiu que os modelos mais velhos ficam mesmo mais lentos e, para compensar, deu um baita desconto para quem preferir trocar as baterias, a procura pelo serviço aumentou significantemente.

Em algumas lojas, os usuários são informados de que a demora pode chegar a um mês. Em média, o prazo é de semana, segundo apurou a reportagem ao contatar alguns pontos autorizados da Apple em São Paulo, variando de três a 15 dias.

A troca das baterias foi determinada pela empresa para os modelos iPhone 6, iPhone 6 Plus, iPhone 6s, iPhone 6s Plus e iPhone SE depois de ter recebido duras críticas ao admitir que os aparelhos ficavam mais lentos conforme o tempo de uso.

Tentamos contato com 10 autorizadas, e as seis que responderam disseram que o tempo da troca varia conforme o modelo do iPhone. Uma das empresas afirmou que a bateria do modelo SE poderia ser trocada entre três e cinco dias úteis. Já as baterias das gerações a partir do iPhone 6, a demora poderia levar cerca de duas semanas.

Das empresas ouvidas, apenas uma possuía baterias (duas unidades) compatíveis com o modelo SE em estoque. Os demais, informou o atendente, dependeriam da disponibilidade do estoque da Apple e do tempo do envio das peças.

Uma internauta, que preferiu não ser identificada, começou a ter problemas com a bateria do seu iPhone depois de efetuar a atualização do sistema operacional (11.1.2). Ao notar que ela estava acabando antes do normal, a jovem resolveu procurar ajuda. Entrou em contato com uma autorizada na região da Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, e foi informada de que a empresa estava sem estoque de peças.

“O atendente me disse que por conta da alta procura a bateria levaria 15 dias para chegar e que teria que deixar o meu aparelho lá na loja durante esse tempo”, explicou. Para não ficar sem o celular, ela preferiu esperar mais um pouco para efetuar a troca.

Com a redução no preço, a bateria fora da garantia que custava R$ 449 passou para R$ 149. Uma das lojas afirmou que a demora na troca se deve, principalmente, ao fato de que até quem não tem problemas com o seu iPhone está correndo para as lojas para trocar.

Para uma das atendentes ouvidas, a demora está entre o pedido da bateria e o envio da peça para a troca. Com a unidade no local, o serviço pode ser feito no mesmo dia, de acordo com o fluxo.

É importante lembrar que a “campanha de desconto” vai até dezembro deste ano.

Além disso, quando o usuário chega nas assistências técnicas autorizadas, o iPhone passa por um processo de diagnóstico, que consegue identificar se a troca é ou não necessária e se existem outros problemas no aparelho.

Mesmo se o funcionamento da bateria estiver dentro do padrão, o consumidor pode optar por trocá-la.

O UOL procurou a Apple para verificar se existe um prazo máximo oficial para a troca de baterias e a empresa informou que essa data não existe.

Quando questionada sobre a demora na disponibilidade das peças nas lojas autorizadas, ela confirmou que tem levado em torno de 15 a 30 dias.

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Entenda o caso

Em dezembro, a Apple admitiu que modificou os programas de alguns modelos de iPhone para impedir que parassem de funcionar de repente. 

Na versão da Apple, isso é algo que pode ocorrer quando as baterias começam a dar sinais de envelhecimento e que podem acarretar em desligamentos temporários do celular. As fabricantes rivais negam que fazem isso.

Como parte da desculpa aos consumidores, a empresa deu um superdesconto para quem quiser trocar sua bateria velha por uma nova, e assim evitar que o recurso que traz lentidão de desempenho seja ativado.

A falta de transparência da Apple levou a processos de consumidores também na Austrália e em Israel. Nos EUA, o site "Patently Apple" contabiliza várias ações, sendo que uma delas pede US$ 999 bilhões de indenização.

No Brasil, o Procon-SP notificou em 3 de janeiro a Apple Brasil para obter mais informações sobre a mudança no software e detalhes sobre o novo programa de troca de baterias.

A Justiça francesa também abriu uma investigação contra a Apple por "obsolescência programada" (desenvolver produtos feitos para ter queda de desempenho após alguns anos). Grupos de usuários acusaram a companhia de ter ocultado a modificação nos aparelhos e de ter feito isso com o objetivo de impulsar as vendas de seus modelos mais recentes.

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