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Congresso dos EUA pode intimar CEOs de Facebook, Twitter e Google

Redes sociais estão contra a parede nos Estados Unidos - Getty Images
Redes sociais estão contra a parede nos Estados Unidos Imagem: Getty Images

Steven T. Dennis

Da Bloomberg

18/03/2018 15h24

Os gigantes das redes sociais que admitiram que os russos exploraram suas plataformas antes da eleição dos EUA de 2016 enfrentam novas exigências de ambos os partidos do país para explicar ao Congresso o que estão fazendo para combater o uso abusivo de suas redes antes das eleições parlamentares deste ano.

Mark Warner, senador democrata de Virgínia e vice-presidente do Comitê de Inteligência, disse que os CEOs de empresas como Facebook, Twitter e Google, da Alphabet, deveriam declarar como podem enfrentar a atual interferência da Rússia e os abusos de suas redes por outros.

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"Este não é um problema que vai ser varrido para debaixo do tapete ou desaparecer", disse Warner, em entrevista, na quarta-feira. "Ao contrário, ele pode até crescer."

A situação para o Facebook pode se complicar ainda mais após o escândalo neste fim de semana envolvendo o roubo de dados de 50 milhões de usuários norte-americanos pela empresa Cambridge Analytica, que atuou na campanha de Donald Trump.

E Warner, que se reuniu no Capitólio com o CEO da Apple, Tim Cook, na terça-feira, diz que não basta que as empresas mandem subordinados.

"Não quero ouvir nada dos advogados", disse ele. "Os CEOs têm uma obrigação."

Facebook, Twitter e Google enviaram outros executivos seniores para depor nos painéis Judiciário e de Inteligência do Senado no ano passado, que fizeram parte das investigações do Congresso sobre as iniciativas russas para interferir na eleição de 2016, mas nenhum CEO compareceu às audiências.

Depois disso, alguns senadores disseram que as empresas deveriam investigar mais para entender como suas redes foram manipuladas.

Na quarta-feira, Warner disse que a proliferação contínua de notícias falsas após incidentes como o tiroteio fatal em uma escola em Parkland, na Flórida, demonstrou que as grandes redes sociais não resolveram problemas que, ele admite, são difíceis, mas ele receia que esses problemas só vão piorar à medida que intrusos e outros se tornarem mais sofisticados.

O presidente de Inteligência do Senado, Richard Burr, republicano da Carolina do Norte, disse que ainda não decidiu se vai intimar os CEOs a depor, mas revelou nesta semana que pretende que o comitê volte a se concentrar nas redes sociais neste ano.

Responsáveis pelas decisões

Angus King, senador independente de Maine que integra o painel de Inteligência, disse que as empresas deveriam ter enviado o CEO às audiências do ano passado.

"Eu quero as pessoas que realmente tomam as decisões e que têm o poder de decidir como eles vão reagir a esta ameaça contra nosso país", disse ele, em entrevista. "Eles não estavam preparados para isso, demoraram para perceber como estavam sendo usados e, de certo modo, continuam assim."

Outro comitê que poderia estar interessado nas empresas de tecnologia é o Comitê de Regras do Senado, que tem jurisdição sobre leis propostas pela senadora de Minnesota Amy Klobuchar, por John McCain e por Warner, que exigem uma advertência nas propagandas políticas na internet.

Roy Blunt, senador de Missouri e candidato à presidência do Comitê de Regras, disse que ainda não sabe se tentaria convocar os CEOs para uma audiência, mas que pensaria a respeito se chegasse à presidência.