Topo

Este app entrega comida que iria para o lixão a quem tem necessidade

Goodr coleta, empacota e redireciona sobras alimentares para quem precisa - Instagram/Reprodução
Goodr coleta, empacota e redireciona sobras alimentares para quem precisa Imagem: Instagram/Reprodução

Rodrigo Trindade

Do UOL, em São Paulo

13/05/2018 10h45

Lançado em 2017, o app Goodr serve uma causa nobre: evitar o desperdício de comida. Idealizado pela empreendedora americana Jasmine Crowe, o programa tem como objetivo redirecionar sobras de alimentos de restaurantes ou grandes festas a organizações não governamentais que distribuem a comida para quem tem necessidade.

À revista “Fast Company”, Crowe explicou que teve a ideia após organizar, por mais de dois anos, refeições para moradores de rua em Atlanta. Questionada se algum restaurante realizava as doações de alimentos, ela pensou em criar um canal para que essas transações fossem possíveis – as refeições organizadas eram feitas com comidas entregues por voluntários, ou dinheiro do próprio bolso da empreendedora.

VEJA TAMBÉM

O aplicativo busca resolver um gargalo que restaurantes e empresas de eventos não estavam dispostos a procurar. Com o Goodr, os empreendimentos já têm um canal para encaminhar as sobras de suas refeições, em vez de ter que ir atrás de ONGs específicas ou encontrar caminhos para se desfazer dos excedentes – o mais fácil é simplesmente jogar fora.

“Fome não é um problema de escassez. Existe mais comida do que o necessário. É mais um problema de logística”, declarou Crowe.

Por meio do Goodr, os estabelecimentos emitem um sinal de que há sobras alimentares disponíveis para coleta. Avisada, a empresa envia transportes e embalagens para coleta, registrando todas as etapas da transação via blockchain, de forma que os doadores saibam todo o trajeto da comida, como que organização recebeu a doação e quem consumiu.

O transporte não é gratuito, custando entre US$ 2,5 mil e 15 mil, porém Crowe estima que os gastos geram economia. Para cada um dólar, 14 são economizados como descontos em impostos ou outros custos que o simples descarte dos alimentos implicaria.

Desde que entrou em operação, o serviço redirecionou mais de 408 toneladas de alimentos, o que resultou em cerca de 850 mil refeições.