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De novo? Dados de 3 milhões de usuários do Facebook podem ter sido expostos

Rodrigo Trindade

Do UOL, em São Paulo

14/05/2018 19h42

Mais um teste de personalidade pode ter resultado no vazamento de dados de milhões de usuários do Facebook. De acordo com o site "New Scientist", a aplicação "myPersonality" foi usada por 6 milhões de pessoas, das quais quase metade aceitou ceder dados de seus perfis com o projeto.

Todas as informações então foram levadas, de forma anônima, a um site, onde pesquisadores teriam acesso ao conteúdo. O material era controlado por David Stillwell e Michal Kosinski no Centro de Psicometria da universidade de Cambridge.

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Para ter acesso a essas informações, era necessário se inscrever como colaborador do projeto, o que foi feito por mais de 280 pessoas, que incluíam pesquisadores de universidades e empresas como Facebook, Google, Microsoft e Yahoo.

Só que, pelos últimos quatro anos, um acesso livre a essa base de dados estava disponível livremente na internet. Bastava procurar em um buscador para arrumar usuário e senha que dariam acesso ao download do conteúdo obtido pelo "myPersonality".

Embora anônimos, os dados eram pessoais e passíveis de identificação, por conterem informações como idade, gênero, status de relacionamento e, em alguns casos, até atualizações de status - sem falar das respostas ao teste de personalidade. Ligando os pontos, era possível descobrir identidades a partir do que foi disponibilizado.

O app está entre os 200 que podem ter abusado dos dados de usuários do Facebook, suspensos na primeira fase da investigação iniciada pela empresa no rescaldo do escândalo da Cambridge Analytica, que resultou no vazamento de informações de 87 milhões de pessoas.

Ainda não se sabe se os dados obtidos e compartilhados pelo "myPersonality" foram usados incorretamente, mas o cenário é semelhante ao do "thisisyourdigitallife", que coletou as informações do caso Cambridge Analytica.

Hoje fechada, a empresa de marketing se aproveitou do aplicativo que era supostamente usado para fins acadêmicos, obtendo dados de 87 milhões de usuários e usando estas informações para realizar direcionamento de propaganda política. A eleição dos Estados Unidos e o Brexit foram dois eventos afetados pelo compartilhamento de dados que violou as regras do Facebook.