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Carros autônomos da Tesla estão mais perto de rodarem sem humanos

Tesla Model 3, da montadora Tesla - Jason Lee/Reuters
Tesla Model 3, da montadora Tesla Imagem: Jason Lee/Reuters

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

11/06/2018 11h39

Como comprovamos a testar um carro com direção automática--no caso, um modelo da Volvo-- esse recurso tem poréns: além de precisar de um humano na frente do volante, as faixas na pista precisam estar bem marcadas, por exemplo. Mas isso está perto de mudar se depender da Tesla, uma das montadoras que mais investe nisso.

Elon Musk, executivo-chefe da Tesla, tuitou no domingo (10), em resposta a um seguidor, que a próxima atualização de software dos carros da Tesla vai incluir "recursos completos de autocondução". Essa versão, a 9, sairá em agosto.

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Não está claro o que ele quis dizer com isso, mas como esse tipo de recurso ainda está no mercado em sua fase inicial e já enfrenta controvérsias com acidentes fatais, a expectativa é que não vejamos carros autônomos da Tesla 100% independentes logo de cara. 

Para ter uma ideia melhor do contexto, a resposta de Musk referia-se a uma reclamação de seu seguidor de que o carro da Tesla tem problemas para decidir o que fazer em uma situação específica: quando duas pistas de uma autoestrada convergem em uma só em um trânsito mais cheio. 

"O piloto automático não é capaz de decidir deixar o carro ligeiramente à frente na pista vizinha ir em frente e eu invariavelmente me encontro encurralado!", criticou.

Musk respondeu: "Esse problema melhora no software mais recente do piloto automático lançado agora e totalmente corrigido na atualização de agosto como parte de nossa tão esperada versão 9 do Tesla. Até agora, os recursos do piloto automático têm se concentrado justamente na segurança. Com o V9, começaremos a ativar os recursos completos de autocondução".

Portanto, essa versão nova talvez apenas consiga ser mais independente na hora de decidir em situações delicadas para preservar a segurança das pessoas, como reforçou Musk. Mas ainda será necessário --pelo menos por enquanto-- humanos atrás do volante.

Quem é dono de um carro desses talvez saiba que a brincadeira custa caro. Atualmente há duas formas de piloto automático, e ambas são pagas. O download do modo Aprimorado custa US$ 5.000. Este mais ajuda o motorista a ajustar a velocidade do carro de acordo com o tráfego. Por mais US$ 3.000, já dá para comprar o "Capacidade Total de Autocondução", que é o recurso novo que só sai em agosto.

Mas para quem mora nos EUA e se empolgou, vale o aviso: a Tesla diz no seu site oficial que "a funcionalidade [do "Capacidade Total de Autocondução"] depende de validação extensa de software e da aprovação regulatória, que pode variar bastante dependendo da jurisdição" [do local dos EUA em que o carro foi registrado].

Acidentes investigados

A "Bloomberg" disse na quinta-feira (7) que o Tesla Model X que se acidentou na Califórnia (EUA) em 23 de março deste ano, enquanto estava no sistema de direção semi-autônoma, acelerou a 71 milhas por hora (114 km/h) segundos antes de atingir uma barreira da rodovia, afirmaram investigadores federais.

A investigação é a mais recente a destacar as potenciais falhas na tecnologia de condução autônoma emergente. Outra investigação do comitê norte-americano de segurança viária sobre o carro autônomo do Uber que matou uma ciclista em 18 de março, no Arizona, descobriu que os sensores do carro detectaram a vítima, mas o veículo não estava programado para frear nessas condições.

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