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Cerca de 80% dos pais querem monitorar os filhos, mas qual o limite?

Crianças utilizam o Guarddy, um relógio com GPS e sistema telefônico destinado para monitorar crianças - Divulgação
Crianças utilizam o Guarddy, um relógio com GPS e sistema telefônico destinado para monitorar crianças Imagem: Divulgação

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

30/07/2018 09h51

Pais usam cada vez mais recursos do celular para acompanhar de perto seus filhos. Uma pesquisa do AVG Antivírus, da Avast, divulgada nesta segunda (30), descobriu mais sobre o comportamento de quem usa aparelhos que localizam e registram a atividade física dos jovens.

A pesquisa perguntou para 3.558 entrevistados de cinco países --Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França e Brasil -- se eram a favor de que seus filhos, a partir dos dez anos, usem algum tipo de dispositivo para monitorar sua atividade. No geral, 65% disseram que sim.

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No Brasil, esse é o caso de 80% dos entrevistados, contra 63% na França e apenas 47% na Alemanha.

Além dos celulares, já existem no mercado pulseiras que monitoram a atividade das crianças e jovens via GPS, por preços a partir de R$ 120.

Apesar da preocupação, muitos pais riscaram um limite, pois acham que a coleta de dados relacionados ao peso ou à imagem corporal de uma criança é uma linha que não deve ser ultrapassada.

Por exemplo: a pesquisa revela que 76% dos brasileiros estão convencidos de que esses dispositivos conectados devem ser usados para monitorar os hábitos alimentares das crianças. Na França, a média é de 55% e na Alemanha, 31%.

Mas mais da metade dos entrevistados (55%) deixaram claro que, com exceção dos pais, os médicos são as únicas pessoas que devem ter acesso aos dados pessoais de uma criança. E que compartilhar esses dados com outros profissionais, como professores ou enfermeiras escolares, é considerado inaceitável.

Segundo a Avast, os resultados do estudo sugerem que a intuição dos pais em relação ao bem-estar de seus filhos "pode ser comprometida por uma superabundância de dados, caso os pais não ouvirem mais os seus valores e instintos e agirem apenas de acordo com as informações coletadas pelos dispositivos".

"A questão é se eles têm informação digital suficiente e adequada: enquanto eles se sentem --corretamente--- preocupados com o volume de dados coletados, os pais dizem que estão cada vez mais tranquilos com o nível de segurança fornecido pelas tecnologias de localização. Finalmente, assim como os diferentes papéis que todo adulto tem em sua família, é tudo uma questão de escolha pessoal e bom senso", conclui o texto de divulgação.

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