Desconfie de print ou vídeo no WhatsApp: apps fazem montagens perfeitas
Entre memes, montagens falsas e as fake news, o WhatsApp está bem servido de desinformação, especialmente no período eleitoral. Um jeito fácil de propagar mentiras é fabricar falsas conversas de WhatsApp, ação que é muito mais prática de realizar do que parece.
Ao invés de abrir um programa de edição de imagens, como Photoshop, qualquer dono de um smartphone pode entrar na lojinha do seu aparelho, seja iOS ou Android, e buscar por aplicativos que permitem a criação de “capturas de tela” do WhatsApp.
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Na App Store, uma busca rápida resultou em cinco aplicativos criados com a finalidade de gerar as falsas conversas, todos com o padrão do WhatsApp. Na Play Store, do Google, a variedade também é grande.
O WhatsApp não é o único alvo dos desenvolvedores. Existem aplicativos que fingem uma conversa pelo Messenger do Facebook ou pelas mensagens diretas do Instagram.
Todos funcionam de uma maneira semelhante, com a proposta de “criar chats falsos que pareçam reais”, “simular conversas bem realistas e mandar para todos seus amigos” e “editar todos os detalhes da conversa falsa”.
Os aplicativos se apresentam como uma ferramenta para brincadeiras, mas podem ter seu uso facilmente deturpado por pessoas mal-intencionadas.
A mensagem que fica é: não acredite em qualquer print de WhatsApp. Se o papa fosse falar com Donald Trump, o WhatsApp não seria o canal de comunicação. O print dessa conversa, então, certamente teria sido obra de um engraçadinho.
Denúncias que usam o print como prova
Apesar de o perigo envolvendo a manipulação de imagens existir no WhatsApp, o print de uma tela do celular é importante caso o usuário queira denunciar alguma coisa na polícia ou abrir um processo judicial.
Em casos de conteúdos que infringem a lei, ofensas, calúnia, difamação feitas e compartilhadas no aplicativo, advogados recomendam a realização de uma ata notarial registrada em cartório.
Ela nada mais é do que o usuário ir até o local e registrar que o conteúdo é verdadeiro.
Durante o procedimento, o tabelião atesta a veracidade dos fatos e se certifica de que o conteúdo foi enviado e recebido no WhatsApp – e não manipulado por um aplicativo feito para isso.
Não acredite mesmo em tudo o que você vê
A tecnologia anda tão avançada que em determinados casos é muito difícil identificar se uma foto, vídeo e áudio são verdadeiros ou sofreram algum tipo de manipulação.
Seja no WhatsApp, seja no Facebook, no email ou em qualquer lugar... Recebeu alguma imagem polêmica que cause algum tipo de emoção muito forte (como repulsa ou surpresa), desconfie.
Você já ouviu falar de deepfake? São vídeos pornográficos gerados por meio de inteligência artificial. É isso mesmo que você leu.
Várias celebridades já tiveram os seus rostos editados e usados indevidamente em filmes pornôs. O pior disso tudo é que a tecnologia é tão precisa que parece uma cena real.
Os algoritmos automatizados andam tão inteligentes que existem algumas tecnologias que conseguem alterar em tempo real rostos em vídeos do Youtube.
Um exemplo famoso também do uso da inteligência artificial e manipulação de imagens envolveu um estudo da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Os pesquisadores desenvolveram um sistema capaz de capturar os movimentos labiais de uma pessoa. No caso, do ex-presidente Barack Obama.
Ao sincronizar várias falas dadas por ele em entrevistas anteriores, os pesquisadores conseguiram criar um vídeo falso reproduzindo os movimentos da boca de Obama de uma forma bem realista.
Ou seja, todo o experimento demonstra o quanto é possível colocar palavras em nossa boa.
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