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Guerra virtual: hackers ativistas lutam contra o Estado Islâmico na web há tempos

Em San Francisco

18/11/2015 16h43

Simpatizantes do Estado Islâmico que usam as redes sociais para disseminar propaganda e recrutar combatentes estão atraindo uma crescente quantidade de contra-ataques de ativistas que têm derrubado alguns sites.

O coletivo de hackers Anonymous é o mais recente a atrair atenção para tais campanhas, com membros reivindicando os créditos esta semana por desativar milhares de contas do Twitter pró-Estado Islâmico.

Mas outros grupos reivindicam terem feito isso há mais tempo. Um deles, que fornece informações para o governo-norte americano, disse que já suprimiu dezenas de milhares de contas do Twitter desde janeiro e que seus membros se passaram por aspirantes a recrutas para obterem informações das operações do Estado Islâmico na web.

"Estamos atuando mais com um papel de inteligência", disse o diretor executivo do Ghost Security Group, que não quis ser identificado, citando preocupações com segurança. O grupo é uma organização voluntária que tem enviado dados para o FBI e outras agências via um conselheiro de terrorismo do Congresso dos EUA, Michael S. Smith II.

As agências norte-americanas "apreciam o suporte externo. Eu tenho constante feedback sobre isso", disse Smith. O general reformado David Petraeus recentemente disse ao Ministério das Relações Exteriores que revisou os dados de Smith e viu como "seriam de considerável valor para aqueles engajados em iniciativas contra o terrorismo". O FBI não quis comentar.

Os ataques contra Paris na sexta-feira passada elevaram a atividade online contra os jihadistas, mas os esforços independentes para combater o Estado Islâmico online continuam cheios de riscos.

Ataques civis e de negação de serviço, que sobrecarregam servidores e tiram um site do ar, por exemplo, são ilegais, não importa o alvo. Os esforços mais sofisticados, incluindo os de infiltração de falsos recrutas, têm o risco de complicarem esforços oficiais dos EUA ou aliados.

O general reformado dos EUA Mike Hayden, ex-diretor da NSA (Agência de Segurança Nacional) e da CIA (Agência Central de Inteligência), afirmou quando perguntado sobre se tais agências apreciam as atividades de organizações como a Ghost Security Group: "Oficialmente, não. Mas a legislação norte-americana é tão restrita que eu tenho certeza que o pessoal no governo aprova secretamente isso, como eu aprovo."

A forma mais simples para voluntários se engajarem é usar os canais de reclamação do Twitter, YouTube e Facebook para denunciarem contas que apoiam o terrorismo.

O Facebook baniu este ano qualquer apoio de grupos considerados terroristas em seu site. O YouTube agora age mais prontamente para retirar vídeos violentos dentro de horas depois da publicação, afirma o Ghost Security Group.