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Barão do bitcoin que declarou falência nega acusação de fraude em corte

Thomas Wilson

Em Tóquio

11/07/2017 10h54

O ex-diretor-executivo da extinta Mt. Gox declarou nesta terça-feira ser inocente das acusações relacionadas à perda de centenas de milhões de dólares em bitcoins e dinheiro naquela que já foi a maior negociadora de bitcoins do mundo.

Cidadão francês, Mark Karpeles, de 32 anos, fez a declaração em reação a acusações de desfalque e manipulação de dados no Tribunal Distrital de Tóquio, de acordo com um pool de reportagem para a mídia internacional.

A Mt. Gox chegou a ser responsável por 80 por cento do comércio mundial de bitcoin, mas pediu falência em 2014 depois de perder cerca de 850 mil bitcoins --que à época valiam cerca de meio bilhão de dólares norte-americanos-- e 28 milhões de dólares em dinheiro de suas contas bancárias.

Em seu pedido de falência, a Mt. Gox, que tem sede em Tóquio, culpou hackers pelos bitcoins perdidos, apontando para uma falha de segurança de software.

Mais tarde a Mt. Gox disse ter encontrado 200 mil dos bitcoins perdidos.

Karpeles foi indiciado por transferir 341 milhões de ienes (3 milhões de dólares) de uma conta da Mt. Gox que continha fundos de clientes para uma conta em seu nome entre setembro e dezembro de 2013. A procuradoria também alega que ele reforçou o balanço de uma conta em seu nome no sistema comercial do Mt. Gox.

Em sua declaração inicial à corte, a equipe de defesa de Karpeles disse não questionar que as transferências ocorreram, mas nega que elas equivalham a um desfalque.

Karpeles disse ao tribunal que é engenheiro de tecnologia da informação.

"Juro por Deus que sou inocente", disse ele em japonês à comissão de três juízes responsável pelo caso, de acordo com a reportagem conjunta.

O colapso da Mt. Gox prejudicou muito a imagem das moedas virtuais, particularmente entre os investidores e as corporações do Japão, avessos a riscos. Mas a falência também levou o governo japonês a decidir como tratar o bitcoin e antecedeu uma iniciativa de agências reguladoras locais para licenciar as transações com moedas virtuais.

Neste ano o Japão se tornou o primeiro país a fazê-lo em nível nacional, parte de um esforço governamental para explorar a tecnologia financeira como uma forma de estimular a economia.