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Comissão Federal dos EUA confirma investigação do Facebook após escândalo

Facebook será investigado por autoridades dos Estados Unidos - Justin Sullivan/Getty Images/AFP
Facebook será investigado por autoridades dos Estados Unidos Imagem: Justin Sullivan/Getty Images/AFP

26/03/2018 12h22

A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) informou nesta segunda-feira que está realizando uma investigação aberta sobre as práticas de privacidade do Facebook após a divulgação de que dados de 50 milhões de usuários chegaram às mãos da consultoria política Cambridge Analytica.

A Reuters e outros meios de comunicação informaram na semana passada que a FTC está analisando se o Facebook violou um decreto de consentimento de 2011, que acertou com as autoridades sobre suas práticas de privacidade, disse à Reuters uma pessoa informada sobre o assunto.

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"A FTC leva muito a sério as notícias recentes levantando preocupações substanciais sobre as práticas de privacidade do Facebook. Hoje, a FTC está confirmando que tem uma investigação aberta e não pública sobre essas práticas", disse Tom Pahl, diretor interino do Escritório de Proteção do Consumidor da FTC, em um comunicado.

O próprio Facebook já abriu uma investigação interna para verificar possíveis outros aplicativos que tenham abusado das regras do site, compartilhando ou vendendo dados de usuários da rede social. Essa foi uma das medidas anunciadas por Mark Zuckerberg, que ainda afirmou que haverá uma mudança na maneira que o site compartilha informações de usuários com apps. Uma coisa, contudo, é certa: o caso vai impactar as próximas eleições.

Como dados foram expostos

A empresa Cambtidge Analytica se aproveitou de um aplicativo supostamente utilizado para fins acadêmicos para conseguir dados de 50 milhões de usuários norte-americanos. Inicialmente, 320 mil pessoas (segundo o The Guardia, cerca de 300 mil de acordo com Zuckerberg) foram pagas de US$ 2 a US$ 5 para fazer o quiz.

Contudo, o app ligado ao Facebook também conseguia dados dos amigos de quem participava, aproveitando-se de uma brecha e abusando dos termos da rede social. A plataforma conseguiu criar um algoritmo que utilizava tanto o resultado dos quiz quanto os dados de amigos para predizer gostos e reações das pessoas. Com isso, tinha a capacidade de direcionar marketing político a quem fosse mais suscetível.