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01/07/2010 - 11h00 / Atualizada 01/07/2010 - 11h00

Corpo grande, tela grande: o Droid X é o último modelo de supertelefone

David Pogue
Do New York Times

Você acha que atualmente a tecnologia avança rápido demais? E que a sua câmera, a sua filmadora e o seu computador tornam-se obsoletos muito rapidamente?

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    O teclado físico do Droid original não existe mais; agora você digita tudo na tela do seu Droid X

Tente adquirir um app phone. Nesta área, a tecnologia muda com a mesma frequência que Lady Gaga troca de roupa.

Suponha, por exemplo, que você deseje um dos cada vez mais populares telefones que funcionam com o software Android do Google.

Em novembro do ano passado, você pode ter se sentido tentado pelo Motorola Droid, “o melhor telefone Android no mercado”. Um mês mais tarde, o HTC Hero era o “melhor telefone Android no mercado”. Em janeiro deste ano, “o melhor telefone Android lançado até hoje” era o Nexus One. Em abril, “o melhor aparelho Android que você pode comprar” era o HTC Incredible. E, em maio, “o melhor telefone Android no mercado” passou a ser o Sprint Evo.

Das duas uma: ou o termo “o melhor telefone Android no mercado” é um clichê técnico dos críticos, ou nós estamos testemunhando um jogo totalmente louco no qual os modelos novos superam rapidamente os anteriores.

A última agitação diz respeito ao Motorola Droid X, que a Verizon oferecerá em meados de julho por US$ 200 (R$ 361). (Isso após um desconto de US$ 100, com um contrato de dois anos para novos usuários ou usuários antigos cujos contratos expirarão neste ano; os planos custam a partir de US$ 90 por mês, com uso ilimitado da Internet e de mensagens de texto).

Modelo renovado

O teclado físico do Droid original não existe mais; agora você digita tudo na tela do seu Droid X. O telefone é impressionantemente delgado – incluindo a parte em que fica a câmera, no topo do aparelho, onde há uma saliência. Esta saliência faz com que seja mais fácil retirar o telefone do bolso, mas a sua aparência é bizarra.

Há botões reais para as funções Menu, Home, Back e Search abaixo da tela, bem como um botão específico na borda do aparelho para disparar a câmera. Uma grande ideia.

Porém, a característica física mais notável é o tamanho do Droid X. Ele é sem dúvida alguma grande (12,7 cm x 6,6 cm x 1 cm). E o Droid X é de longe o maior app phone que está atualmente no mercado. Ao fazer uma ligação o usuário tem a sensação de estar falando em um waffle congelado.

E sabe o que é intrigante? A Apple parece acreditar que as pessoas preferem telefones menores; mas os fabricantes de telefones Android continuam tornando-os cada vez maiores.

O importante, é claro, é contar com telas maiores – e isso é algo que o Droid X de fato oferece. Como o seu rival, o Sprint Evo, a imensa tela de 10,9 centímetros deste telefone faz maravilhas no terreno de livros eletrônicos, mapas, fotos, filmes, e-mails, calendários e coisas semelhantes. Ah, e quanto à digitação: o teclado é tão grande que o usuário não precisa mudar para um layout especial de pontuação para usar o ponto e a vírgula.

Quem está com a razão? Você deseja um telefone grande, de maneira que conte com uma tela espaçosa? Ou prefere um aparelho pequeno, que não transmita aquela sensação de levar uma fita VHS no bolso? Ambos os argumentos são válidos; deixemos que os consumidores decidam.

Enxurrada de recursos

O Droid X vem cheio de recursos. Bluetooth, Wi-Fi, GPS, dois microfones para cancelamento de ruído, alto-falante potente, modo de vibração de uma energia incomum (hurra!), rádio FM e a rede Verizon, que é cara, mas na qual as ligações não vivem caindo.

Assim como o Evo, o Droid pode transformar-se em um hot spot Wi-Fi portátil; até cinco laptops próximos e outros aparelhos podem conectar-se com a Internet em praticamente qualquer local. Esse recurso bebe a carga da bateria como se fosse um cão Labrador sedento, portanto é melhor utilizá-lo quando o telefone estiver ligado a uma tomada. A Verizon cobra US$ 20 ( mensais extras por esse recurso (o preço cobrado para o Evo é US$ 30).

Em geral, o Droid X é rapidíssimo, de forma bem semelhante aos seus rivais recentes. Não dá para exagerar a satisfação que sentimos ao usar um aparelho rápido e que responde aos comandos.

Mas há algumas coisas esquisitas – em lugares proeminentes, também, como o pequeno botão na tela que o usuário empurra para destravar o telefone e para mover o dedo na hora de navegar entre os sete modelos de telas.

O Droid X tem uma câmera de 8 megapixels com dois flashes de LED. E, é claro, se você ainda acredita que a contagem de megapixels seja um indicador útil de qualidade de fotografias, aproveite e tire fotos à vontade com esse telefone. Ele funciona bem como câmera à luz do sol, mas as fotos ficam às vezes lavadas e desapontam em cenas de pouca luminosidade.

De forma similar, as gravações de vídeo de alta definição podem ser consideradas boas para um telefone celular, mas são terríveis quando há pouca luz. Neste telefone, há uma entrada minúscula real HDMI, de forma que o usuário pode conectar o aparelho diretamente a uma televisão para assistir à sua filmagem mais recente (o cabo custa US$ 25). Supostamente, pode-se também reproduzir as gravações de vídeo, seja por uma ligação sem fio (wireless) ou, através de um cabo, do telefone para uma televisão que traga o logo DLNA (Digital Living Network Alliance). O meu televisor não tem esse logo, de forma que não pude experimentar esse recurso.

Agora dá para baixar filmes recentes diretamente da Blockbuster para o telefone (o preço é US$ 4 por uma locação de 24 horas; com um tempo de download de cerca de 90 minutos). Uma coisa irritante é que não dá para assistir a esses filmes no seu televisor usando algumas daquelas conexões especiais do tipo telefone-para-televisão. Os advogados estão mesmo determinados a arruinar tudo.

O que determinará mais a sua felicidade será o seu grau de afinidade pelo software Android. Ele tem ficado cada vez melhor a cada atualização frequente; o botão de voz no teclado, que permite que o usuário dite o texto diretamente para qualquer lugar em que possa digitá-lo, é apenas um dos destaques. E a Motorola promete que quando a próxima versão do Android for lançada neste verão, o usuário poderá assistir a todos os vídeos em Flash, incluindo aquelas propagandas que piscam na Web. Segure essa, iPhone!

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    A bateria do Droid X permite que você utilize o aparelho ''tranquilamente'' por um dia inteiro

Pontos fracos

Embora o Android seja bem mais aberto e personalizável do que o iPhone, ele é também mais complicado e menos refinado. Por exemplo:

Quando o usuário baixa qualquer aplicativo do catálogo do Google (atualmente com 65 mil apps, cerca de um terço da quantidade da Apple), ele recebe uma alarmante advertência de segurança. Como: “Este aplicativo tem acesso ao seguinte: a sua localização, as suas informações pessoais. Chamadas telefônicas”. Puxa! O que significa isso? Será então que não deveríamos jamais baixar uma aplicação? Como é que deveríamos tomar uma decisão?

A tela gira 90 graus quando você gira o telefone – mas apenas no sentido anti-horário, e não com todas os aplicativos. Isso é frustrante.

Inexplicavelmente, há dois programas de e-mail a se aprender: um para o Gmail, e o outro para os outros tipos. Cada um funciona de maneira diferente. Por que?

O Skype já vem instalado no telefone – mas ele não funciona em conexões Wi-Fi. Na verdade, para usá-lo, você precisará desligar a conexão Wi-Fi. Isso é bizarro.

No Gmail, não há como modificar o tamanho da fonte para e-mails. Evidentemente, nenhum funcionário do Google tem mais de 40 anos de idade.

Em um iPhone, o software iTunes gratuito é o meio de transferência de vídeos, fotos e músicas para o seu computador. Mas não existe nenhum padrão equivalente para os telefones Android. O aplicativo gratuito Double Twist faz um trabalho admirável, mas trata-se de um outro aplicativo de uma outra companhia, e ninguém avisa isso ao usuário. Você acredita que a sua mãe será capaz de descobrir isso ao usar o aparelho?

Não estou tentando ser chato. O que desejo é frisar que os telefones Android são mais indicados para usuários de alta proficiência técnica que não se importam em ficar fazendo pesquisas online para superar os problemas encontrados ao utilizarem o aparelho.

Android em destaque

Entretanto, uma coisa muito legal quanto ao sistema Android é o fato de que cada fabricante é capaz de aprimorar aquilo que o Google fornece. A Motorola acrescentou um sistema próprio que vincula inteligentemente mensagens do Twitter e do Facebook. Por exemplo, você pode ver as mensagens de Twitter, Facebook e e-mail que cada pessoa que faz parte do seu livro de endereços enviou, todas em um só lugar.

A Motorola oferece também alguns acessórios que são verdadeiramente frutos de grande inspiração. A bateria do Droid X permite que você utilize o aparelho tranquilamente por um dia inteiro. Mas, como você desejará carregá-lo à noite, porque não tornar o aparelho útil durante esse processo? Assim, quando você coloca o seu telefone na sua base noturna (cujo preço é US$ 50), ele passa automaticamente para um modo elegante de relógio despertador, que vem com botões para acessar a previsão do tempo do dia seguinte e as suas músicas, e até mesmo com um controle de intensidade luminosa do aparelho.

Além do mais, por US$ 40 você pode comprar uma base com copo de sucção para ser instalada no para-brisa do carro. Isso, é claro, para que se possa usar o fantástico software de GPS embutido, turn-by-turn, do Android.

De toda forma, o usuário fica empolgado diante da gama de excelentes app phones que surgiram a partir do iPhone original. Se você deseja potência, velocidade, flexibilidade, ligações que não caem, uma tela que é quase um Imax e a rede Verizon (ao contrário do Sprint e do seu similar Evo), o Droid X é um grande e belo candidato à coroa de “o melhor telefone Android no mercado”.

A coroa mais recente, vale a pena ressaltar.

Tradução: UOL

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