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16/01/2007 - 13h01

Impressoras jato de tinta dispensam PC para "revelar" fotos digitais; veja teste

Marcelo Ayres

Para o UOL Tecnologia
Quando as câmeras fotográficas digitais começaram a aparecer, o recurso de visualizar as imagens logo após serem fotografadas proporcionou o grande sucesso das câmeras digitais. A ausência de filme no início era um fato divertido, mas com o passar do tempo a falta de uma foto impressa começou a pesar na hora de contar como tinha sido a viagem, a festa ou aquele momento especial que você tinha fotografado.

Observando essa necessidade, as empresas fabricantes de impressoras começaram a desenvolver modelos especiais com capacidade de imprimir imagens digitais. Esses modelos além de tecnologia específica para isso trabalham com papel fotográfico e tinta especiais.

O UOL Tecnologia testou três modelos, que são direcionados para o uso diário, como impressão de planilhas, documentos de texto e tabelas, mas que possuem recursos especiais para a impressão de fotos digitais: Canon iP4200, Epson R270 e HP Deskjet 6980. Todos esses fabricantes contam com outros produtos especiais para fotografia digital, com recursos diferentes, porém, escolhemos os mais direcionados para quem está começando a descobrir a imagem digital e seus benefícios.

Conexão direta
A primeira facilidade é a porta para a conexão PictBridge. A tecnologia equipa a maioria das câmeras digitais e permite que você imprima suas fotos diretamente em uma impressora sem a necessidade de descarregar as imagens em um computador. Basta tirar a foto, colocar o papel fotográfico, conectar o cabo e mandar imprimir.

Em nosso teste utilizamos uma câmera da Panasonic modelo FX07. De fato foi preciso apenas tirar a foto, conectar a máquina fotográfica à impressora, escolher a imagem e mandar imprimir. Todos os modelos testados foram muito rápidos, levando menos de um minuto para imprimir uma foto de 10 x 15 cm, do momento de apertar o botão "OK" da câmera até a foto ficar pronta.

Isso é um ponto positivo, pois você economiza o tempo de ligar o computador, descarregar as imagens, escolher a que vai ser impressa e mandar imprimir, o que, dependendo do seu equipamento, pode demorar bem mais do que um minuto. Com este recurso, se você fizer uma festa em na sua casa e quiser dar uma lembrança para seus amigos, pode tirar uma foto e imprimir na hora para o convidado levar.

Resolução de impressão
A resolução é um fator importante a considerar na hora de comprar uma impressora. A HP 6980 tem resolução de 4.800 ppp (pontos por polegada ou dpi, na sigla em inglês), enquanto a Canon iP4200 chega a 9.600 ppp, e a Epson R270, 5.760 ppp, todas otimizadas —o que significa que, além da resolução nativa do hardware, a impressora consegue aumentar a qualidade da imagem via software para melhorar o impresso.

O grande segredo que essas impressoras trazem é a tecnologia de codificação e decodificação das imagens digitais para que as cores tenham uma fidelidade maior em relação ao original impresso.

Aqui vale uma lembrança muito importante. A qualidade da imagem é definida na hora que a foto é feita. Uma foto tirada com pouca resolução, condição de luz ruim ou tremida não vai gerar uma impressão de qualidade. Vejamos então outro fator importante além da resolução da impressora: a abrangência de cores.

Mais cores
Para fazer uma avaliação abrangente da qualidade de cor seriam necessárias muitas impressões em vários tipos de papel e em horários diferentes. Fatores como temperatura, luz e exposição do papel influem muito no resultado final.

Para avaliar a abrangência de cores, usamos o recurso Gamut de cada uma. O Gamut é o espectro de cores que uma impressão pode conseguir e que vai dos tons mínimos (sombra e preto) até os máximos (cores e luz). Ele é conseguido por meio da medição de uma guia de cores impressa em cada uma das impressoras, e é baseado em padrões internacionais de qualidade.

Para que as condições ficassem mais próximas o possível, utilizamos um mesmo modelo de papéis fotográficos em todas as impressoras. Usamos também uma imagem da GATF (Graphics Arts Technical Foundation), uma fundação técnica e educacional sem fins lucrativos, que também controla os padrões de Gamut.

Pelo resultado do gráfico do Gamut de nosso teste, as impressoras ficaram muito próximas em relação à abrangência de cores que podem atingir. Podemos, porém, observar uma pequena vantagem por parte da HP 6980, seguida bem de perto pelas outras duas. A Epson teve uma tendência de fechar as mínimas (sombras e preto), e a HP de carregar nas máximas (cores e luz). A Canon teve uma impressão mais equilibrada. Lembrando sempre que esses resultados foram conseguidos sobre as condições que citamos anteriormente e que podem trazer outras conclusões com diferentes tipos de papel e condições de temperatura e luz.

Extras
A HP 6980 é a que oferece mais possibilidades de conexão: USB, Ethernet, wireless via protocolo 802.11b/g ou PictBridge. Além disso, pode contar com um opcional muito interessante, que permite receber uma imagem para ser impressa pela tecnologia Bluetooth.

Já os modelos da Canon e da Epson, além da porta USB padrão, oferecem somente a entrada para o PictBridge. A Epson R270 traz ainda em seu kit um adaptador para impressão sobre a superfície de um CD ou DVD. Estas mídias são desenvolvidas especialmente para receber a impressão jato de tinta.

Durante o teste, constatamos que esta operação não é tão simples, pois você precisará fazer vários ajustes por meio do software de impressão, que fica instalado no computador, como ajustar a largura e altura da imagem, o posicionamento em relação ao CD ou DVD, além de verificar a densidade de cor, brilho fazendo a impressão e analisando o resultado. Outro inconveniente é a demora da secagem, que leva no mínimo 24 horas.

A Cânon, por sua vez, tem um recurso interessante, um modo de impressão que permite imprimir frente e verso automaticamente.

Cartuchos
Aqui vale outro cuidado na hora da compra: os cartuchos de tinta são uma grande armadilha, pois dependendo de sua autonomia, a manutenção da impressora acaba ficando mais dispendiosa que a própria máquina. A Epson R270 utiliza 6 cartuchos de tinta para a impressão: preto, amarelo, magenta, magenta claro, ciano e ciano claro. Cada um custa em média no mercado R$ 40. O recurso é interessante, já que você pode trocar somente a cor que acaba —e não jogar fora um cartucho praticamente cheio só porque o vermelho acabou.

A Canon iP4200 tem a mesma vantagem, e trabalha com 5 cartuchos: preto, amarelo, magenta, ciano e um cartucho preto especial para fotografias. O preço médio é de R$ 56 para as quatro cores, e o cartucho especial custa R$ 65. Além disso, o fabricante promete que as fotos impressas no sistema Chromalife 100 duram cem anos. Só chegando lá para conferir e atestar...

A HP 6980 utiliza o tradicional jogo de 2 cartuchos: um preto e outro de combinação amarelo, magenta e ciano. Além disso, permite a colocação no lugar do colorido de um cartucho especial para fotografia. O preço médio do cartucho preto é de R$ 85 reais, e do colorido R$ 94. O cartucho especial custa R$ 69.

Observe não apenas os valores dos cartuchos como também do papel fotográfico. Um pacote com 20 folhas de papel fotográfico brilhante de 170 gramas, o mais usado nas ampliações nas lojas especializadas, tem preço médio de R$ 15, e varia conforme o fabricante.

Preços
As impressoras variam de preço conforme seus recursos. A HP 6980 é a mais cara, com preço médio de R$ 990, mas é a que tem mais conexões. Em seguida vem a Epson R270, com valor sugerido de R$ 699, com 6 cartuchos. Já a Canon iP4200 é a mais barata, com preço médio de R$ 449, só que é a que tem o jogo de cartuchos mais caro. Em compensação, é a que tem maior resolução otimizada.

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