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09/03/2007 - 19h12

Compactas, câmeras Mini DV são porta de entrada para vídeo digital

Marcelo Ayres

Para o UOL Tecnologia
Uma câmera na mão, uma idéia na cabeça —e agora, uma conexão à Internet. Na era do vídeo digital, todo mundo fala em colocar os próprios vídeos na Web. Mas... como produzi-los? Há muitas câmeras fotográficas digitais que produzem pequenos vídeos —mas nada se compara à capacidade das câmeras de vídeo digital, que possuem recursos especiais para transformar seus vídeos caseiros em superproduções na rede mundial.

A maior vantagem das câmeras de vídeo digital é a captura de imagens via CCD (Charged Coupled Device), mesmo sistema das câmeras de foto digital. Como é eletrônico, o sensor consegue "entender" as diferentes incidências de luz e balanceá-las eletronicamente para manter um equilíbrio de contraste em ambientes com muita ou pouca luz. O resultado são filmagens quase profissionais em ambientes de difícil iluminação, sem a necessidade de o operador da câmera interferir no processo.

Além disso, as câmeras Mini DV produzem imagens no padrão MPEG, que podem ser facilmente transferidas para o computador via porta USB ou FireWire para edição e adição de efeitos. O UOL Tecnologia testou a JVC GR-D350UB, a Panasonic NV-GS180, a Samsung SC-D364 e a Sony DCR-HC28. Todas funcionam no sistema NTSC e possuem tela de LCD de 2,5 polegadas, além do visor convencional a cores.

Captura de imagens
As câmeras testadas têm resolução de captura para filmagem de 680K (680.000 pixels), com capacidade de gravação com qualidade de até 500 linhas horizontais —o dobro das antigas filmadoras VHS, e quase as 720 linhas de resolução do DVD. Além disso, usam o padrão Mini DV, de formato compacto —as fitas têm 6,5 cm de largura por 4,5 cm de comprimento e 1,1 cm de espessura. Elas podem armazenar 60 min no modo padrão e 90 min no estendido. E com qualidade digital.

A Panasonic tem um conjunto de três CCDs, sendo um para cada cor primaria RGB (Vermelho, Verde e Azul, respectivamente). Eles trabalham simultaneamente, capturando cada um a sua cor —depois elas são misturadas na hora da formação do filme. As outras filmadoras trabalham no sistema mais comum de um CCD, que divide no mesmo chip áreas específicas para cor.

Como nas máquinas fotográficas, as lentes têm papel fundamental na hora de gravar imagens com qualidade. Por isso é importante observar o zoom óptico e a distância focal das lentes. O padrão de distância focal das máquinas fotográficas é 35 mm, que é o mesmo do olho humano —isso funciona da mesma forma com as filmadoras. Em distâncias menores, como por exemplo, 28 mm, temos o que se chama "Grande Angular", utilizada para ambientes fechados. Nas distâncias maiores como 108 mm, temos a "Teleobjetiva", que é usada para filmar paisagens ou trazer detalhes.

A Sony se destaca com as lentes Carl Zeiss Vario-Tessar, zoom óptico de 20x e distância focal de f=2.3, equivalente a 46 mm. A JVC tem lente com zoom óptico de 32x e distância focal de f=2.3, equivalente a 73,6 mm. A Panasonic tem zoom óptico de 10x e distância focal f=2.45 (24,5 mm), enquanto a Samsung oferece zoom óptico de 33x e distância focal f=2.3 (75,9 mm). As diferenças de zoom fazem com que a distância equivalente em milímetros cresça ou diminua na mesma proporção.

Visor de LCD
Você pode visualizar as cenas que vai filmar utilizando o visor de LCD ou o visor convencional, conhecido como viewfinder. O painel de LCD da Sony é sensível ao toque e por ele você acessa todas as funções e o menu da filmadora. É a maneira mais prática de navegar pelo menu e fazer suas configurações de filmagem. Nas outras câmeras, a navegação pelos botões é um pouco mais demorada e necessita mais tempo de adaptação.

Em nosso teste filmamos das duas maneiras. Dependendo da situação você pode utilizar um ou o outro. Por exemplo, em cenas mais detalhadas como uma filmagem macro, ou seja, algum objeto gravado bem de perto, o visor convencional é mais prático. Já para filmagens mais abertas, como uma festa ou um local com movimento de pessoas, o visor de LCD ajuda mais na hora de fazer o enquadramento.

Outro ponto comum às câmeras compactas é a necessidade de um braço firme e um bom fôlego para evitar que as imagens saiam tremidas —efeito amenizado pelas câmeras maiores, que permitem apoiar a parte traseira no ombro. Para minimizar a distorção, as filmadoras de nosso teste possuem sistema digital de estabilização de imagem, funciona bem para pequenos movimentos, mas não faz milagres.

Recursos de filmagem
Acertos como balanço de branco (luz do sol, sombra, luz fluorescente etc.), filmagem sob pouca ou nenhuma luz ou ainda compensação de luz de fundo (de acordo com o objeto principal da filmagem) são alguns dos recursos que as câmeras Mini DV possuem para melhorar as imagens.

O teste comprovou as vantagens. Filmamos em um ambiente em que a luz do dia entrava por uma janela frontal e deixava diferentes níveis de luminosidade. Perto da janela, muita luz. Mais para dentro, o ambiente estava mais escuro. Enquanto a câmera se movia de um lado para o outro do cômodo, o contraste da imagem era ajustado automaticamente pelas filmadoras.

Filmagens noturnas
Além do balanço automático, também é possível filmar quase sem luz. A Sony, por exemplo, oferece o recurso NightShot, que utiliza um sistema infravermelho em uma distância de até 3 metros da cena capturada. Esse modo deixa a imagem em uma única cor, puxando para um tom entre azulado e acinzentado, como aquelas imagens de documentários sobre animais noturnos.

Um sistema parecido equipa a Samsung. O Color Nite permite filmar em ambientes escuros e trazer informações de cor. Não exatamente as cores como elas são, mas uma diferenciação de tons, como se o expectador estivesse vendo um daqueles efeitos de sonho. A sensação é melhor que a da Sony —por outro lado o recurso não é totalmente discreto, pois lança luz sobre o ambiente. JVC e Panasonic não possuem recursos deste tipo nos modelos testados.

Na JVC, a função mais próxima é a Night, que regula a abertura do diafragma para obter até 30 vezes mais sensibilidade. Mas a função necessita de mais luz que os recursos da Sony e Samsung e dificulta o foco —é recomendado o uso de um tripé.

A Panasonic, em compensação, é a única das filmadoras do teste que tem entrada para luz adicional, como os flashes das câmeras fotográficas. É um opcional interessante para quem precisa filmar à noite ou em ambientes fechados com pouca luz.

Preços e tamanhos
O formato Mini DV, que utiliza fitas compactas, ajudou a reduzir ainda mais o tamanho das filmadoras —elas têm praticamente o tamanho de um antigo walkman. A JVC pesa 480 gramas com bateria e tampa da lente. O preço sugerido é R$ 1.599.

A Panasonic é a mais cara, com preço sugerido de R$ 2.799. O valor mais alto é explicado pela utilização de 3 CCDs de captura, que exigem mais tecnologia para reduzir o consumo de energia do equipamento. Além disso, a filmadora tem entrada para cartão de memória flash do tipo SD. O peso é de 1,175 quilo com bateria e tampa da lente.

A filmadora da Samsung tem preço sugerido de R$ 2.099. Ela também possui entrada para cartão de memória dos tipos SD/MMC e vem com controle remoto e bolsa para transporte. Seu peso é de um quilo já com bateria e tampa da lente.

A Sony e pesa 420 gramas com bateria e tampa da lente. Seu preço sugerido é de R$ 1.699.

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