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18/07/2007 - 09h02

Nova tecnologia WiMax pode trazer mobilidade no futuro

Fernanda Ângelo
Para o UOL Tecnologia
Quando se fala na construção de redes domésticas, principalmente sem fio, alguns consumidores mais ávidos por novas tecnologias se perguntam se é possível a utilização da tecnologia WiMax. A resposta, pelo menos por enquanto, é não, e muito disso em função de evolução natural da tecnologia, que ainda não chegou ao estágio de massificação.

Com pouco mais de dois anos de oferta comercial no Brasil, a tecnologia vem sendo utilizada basicamente para prover acesso a empresas e condomínios, no caso de usuários domésticos. A razão é simples: seus equipamentos ainda são caros demais para serem comprados individualmente. De acordo com Maurício Coutinho, presidente da Neovia, uma das primeiras empresas brasileiras a oferecer acesso WiMax comercialmente, "as empresas encontram no WiMax uma alternativa viável aos provedores tradicionais, com a possibilidade de terem total independência das redes das concessionárias de telefonia, por exemplo".

Ainda uma tecnologia complementar
O executivo explica que, em seu atual estágio, o WiMax é complementar a outras tecnologias de rede. Por exemplo: uma empresa cuja sede fique em um lugar ainda não atendido pelos provedores de acesso tradicional, pode contratar um link WiMax para garantir acesso. A partir daí, esta mesma empresa pode construir uma rede interna sem fio, baseada na tecnologia Wi-Fi, e ainda integrar equipamentos, como PCs e impressoras, via Bluetooth.

"Na verdade, as tecnologias são complementares em razão do alcance", explica. Ele se refere ao raio de alcance de cada uma delas. Em ordem crescente, o Bluetooth "enxerga" equipamentos em um raio de 10 metros, o que o torna indicado para a comunicação e troca de informações entre equipamentos dentro de uma mesma sala, por exemplo. Já as antenas Wi-Fi podem distribuir seu sinal em um raio de mais ou menos 100 metros, o que permite a criação de redes mais extensas e, ao mesmo tempo, impede que a tecnologia seja usada para prover acesso.

É aí que entra o WiMax, cujas antenas cobrem raios de 10 km -ótimo para acesso- mas ainda não atingiram um preço que as tornem passíveis de utilização em redes menores. Por essas e outras, os ávidos por tecnologia podem ficar descansados com suas redes Wi-Fi, porque elas devem continuar sendo, por alguns anos ainda, a melhor opção para redes domésticas.

Futuro não muito distante
Descansados, mas não desatentos. De acordo com Coutinho, o futuro do WiMax é a formação de redes móveis urbanas. Em outras palavras: as antenas hoje instaladas em prédios e condomínios em algum tempo formarão uma extensa rede que levará o sinal da Internet a várias áreas urbanas, ou a cidades inteiras.

Na outra ponta, os fabricantes de equipamentos vêm trabalhando para tornar as antenas WiMax cada vez menores para que elas possam estar embutidas nos notebooks como acontece hoje com as antenas Wi-Fi. Quando os dois cenários se realizarem, o dono de um notebook equipado com uma destas antenas poderá, por exemplo, ver e-mails e navegar pela web enquanto anda de táxi pela cidade.

O futuro é promissor e o mercado trabalha com um horizonte de dois anos. "Um estudo realizado pelo Instituto Maravedis diz que, em 2010, o Brasil terá cerca de 770 mil assinantes, incluindo aí usuários residenciais e corporativos. O mais interessante: a previsão é que 70% deste público seja formado por usuários de serviços móveis, predominantemente residenciais, enquanto o WiMax fixo, como conhecemos hoje, continuará consolidando sua posição nas grandes corporações e nas pequenas e médias empresas", revela Coutinho.

O executivo diz que as constatações e as previsões deixam claro que o WiMax está maduro e que seus modelos de utilização estão em franco processo de maturação. "O fato é que a tecnologia vem demonstrando eficiência na oferta de serviços de banda larga, grande potencial de inclusão digital e mostra ser promissora quando o assunto é mobilidade", defende.

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