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06/08/2007 - 09h34

Segurança é preocupação constante para quem utiliza tecnologia Bluetooth

Marcelo Ayres
Para o UOL Tecnologia
Em toda a conexão sem fio, a segurança é uma preocupação constante. As transmissões em ondas de rádio podem ser capturadas facilmente e existe a necessidade de proteger seus dados para dar robustez ao sistema sem fio.

Tanto o Bluetooth como o Wi-Fi estão sujeitos a estes ataques. A falta de fios, que por um lado cria benefícios e dá mais mobilidade, também é um fator facilitador para a ação de hackers.

Com isso em mente, o protocolo de comunicação do Bluetooth trabalha para oferecer segurança em dois níveis: services-level e device-level. Respectivamente níveis de serviço e de dispositivo, esses dois pontos de segurança trabalham em conjunto para proteger as conexões Bluetooth de ações nocivas.

Em serviços estão os ajustes de conexão por senha e autenticação que limitam a utilização do sistema a pessoas registradas. Além disso, faz com que os participantes da rede tenham que decidir se querem aceitar a transferência de um arquivo ou não, ou se querem completar uma conexão.

Já em dispositivos estão as configurações de detecção ou não dos transmissores Bluetooth. Com isso desativado, a antena não pode ser descoberta por nenhum outro aparelho, a não ser que você faça a conexão.

André Carraretto, engenheiro de sistemas da Symantec, explica que "a tecnologia Bluetooth possui várias maneiras de se tornar segura. Depende, principalmente,da configuração feita pelo proprietário do aparelho". Carraretto lembra que a maioria dos ataques tem sucesso, pois os aparelhos, pela configuração padrão, aceitam conexões vindas de dispositivos desconhecidos. Carraretto completa lembrando que "a maioria destes problemas podem ser evitados se o aparelho for configurado para operar o Bluetooth no modo 'escondido' (non-discoverable)".

Ataques conhecidos
Entre as ações de ataques, estão o "Bluejacking", "Bluebugging", "Bluesnarfing" e o "Car Whisperer". No "Bluejacking" um invasor pode enviar mensagens de texto, cartões de visita para o seu celular sem a sua autorização. Isto ocorre se o seu aparelho de celular estiver no modo descoberto ativo e alguma pessoa estiver no raio de alcance do aparelho e assim enviar as mensagens. Esta ação não é nociva, mas com o tempo, e a quantidade de mensagens que você pode receber, torna-se muito ruim.

O "Bluebugging" já é um problema mais sério, pois por esta modalidade de ataque o invasor pode utilizar o seu aparelho para fazer ligações e navegar pela Internet sem que você perceba. O "Bluesnarfing" é uma variação do "Bluebugging" mais perigosa ainda, já que o ataque é feito para roubar suas informações da lista de contatos, agenda e e-mails armazenados no celular.

Já no "Car Whisperer" os hackers utilizam a conexão Bluetooth para enviar e receber arquivos de áudio, por meio do sistema instalado em automóvel.

Uma pesquisa da empresa F-Secure, fabricante de soluções de segurança para usuários domésticos e corporativos, aponta o crescimento da quantidade de vírus nos celulares. O número de malwares em mobilidade passou de 27 em 2004 para 361 em 2007, sendo 353 tipos apenas de telefones móveis com sistema operacional Symbian, quatro de computadores de bolso, dois em aparelhos com o Palm OS e dois nos equipados com J2ME.

Segundo Gabriel Menegatti, diretor de tecnologia da F-Secure no Brasil, a contaminação pode acontecer principalmente pela utilização do Bluetooth, cabendo a ele uma participação de 70%. Além disso, é possível também por meio de downloads ou instalação de softwares, que ficam com 20% de ataques, e via mensagens MMS, que respondem por 10% das ações nocivas. Menegatti sugere aos proprietários de celulares e computadores de bolso que fiquem mais atentos às mensagens recebidas e mantenham o dispositivo Bluetooth sempre desligado.

André Carraretto, da Symantec, também vê o Bluetooth "como o principal vetor de propagação utilizado pelas ameaças", entretanto, "o surgimento destas ameaças está mais relacionado com a popularização das plataformas Symbian e Windows Mobile do que com a tecnologia Bluetooth em si", completa o engenheiro.


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