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09/08/2007 - 08h45

Entenda as diferenças entre câmeras de vídeo analógicas e digitais

Marcelo Ayres

para UOL Tecnologia
As câmeras de vídeo ganharam popularidade muito rápido. A primeira foi patenteada nos EUA em 1980. Seu inventor, Jerome Lemelson, já havia tentado em 1977 obter sua patente, que foi recusada pelos EUA por acharem uma idéia tão avançada que nenhum fabricante seria louco o suficiente para colocar a idéia em produção.

As primeiras câmeras eram analógicas. Hoje há vários tipos de filmadoras digitais. Seus componentes básicos são um CCD (Charged Coupled Device) como o das câmeras fotográficas digitais, lentes e pequenos motores que ajustam o zoom, foco e abertura. Além disso, um sistema de VCR, como nos videocassetes se encarrega de receber o sinal eletrônico e gravá-lo nas fitas magnéticas.

Completando os componentes está o visor, seja o tradicional, chamado de viewfinder, ou a tela de LCD. Os primeiros modelos tinham somente o viewfinder. As câmeras mais recentes vêm com os dois tipos. Eles possibilitam visualizar e enquadrar o que vai ser filmado.

Mas a maior vantagem do vídeo digital é poder transferir as imagens como arquivos eletrônicos compostos de zeros e uns, sem perder a qualidade do que se grava, como acontecem com as fitas de vídeo tradicionais, em que cada cópia sofre uma perda considerável de nitidez.

CCD no lugar do filme
As lentes são a porta de entrada das informações de uma câmera. Em uma câmera de filme, as lentes são utilizadas para focar a luz de uma cena para a superfície da película. Assim, as lentes capturam grandes quantidades de luz das partes brilhantes de uma cena e poucas quantidades de luz das partes de sombra.

Nas câmeras digitais, as lentes têm a mesma função, só que ao invés de mandá-las para um filme, as informações são enviadas para um semicondutor sensível à imagem, o CCD. Ele é composto por um painel de aproximadamente 1 centímetro com cerca de 300.000 a 500.000 diodos sensíveis à luz chamados photosites. Cada um deles mede a quantidade de luz (fótons) que o atinge e converte-a em cargas elétricas (elétrons). Uma imagem brilhante significa carga elétrica alta, da mesma maneira que uma imagem escura, baixa carga elétrica.

Mas medir somente as diferenças de luz e sombra resulta em imagens em preto e branco. Para adicionar cor é necessário que a câmera detecte não somente estas variações, como também as mudanças de cada uma das cores. Como a gama total de cores no vídeo pode ser gerada a partir de três cores básicas —vermelho, verde e azul—, as câmeras precisam somente medir a intensidade destas três para criar todo o espectro de cores de uma imagem.

O CCD então separa toda a área de sensibilidade em micro quadradinhos, e cada um deles capta uma das cores. Os quadrados são colocados misturados de forma que toda a área do chip possa medir em diferentes pontos cada uma das três cores. Câmeras mais modernas possuem 3 CCD sendo cada um para uma das cores RGB (do inglês Red, Green e Blue).

O funcionamento do CCD de uma câmera de vídeo é muito similar a uma câmera fotográfica digital. A diferença é que, nas filmadoras, as imagens são gravadas como pequenas fotos tiradas em seqüência em espaço de tempo minúsculo, para depois serem agrupadas para dar a sensação de movimento.

Depois de capturado, o sinal de vídeo é gravado em dois "campos". O CCD envia para um sensor alocado logo atrás dele as cargas elétricas de cada um dos photosites, um por um. Nas câmeras analógicas, estes sinais vão para o VCR, que grava as cargas elétricas, em conjunto com as informações de cor, como um padrão magnético nas fitas de videocassete. Enquanto a segunda camada está transmitindo o sinal de vídeo, a primeira está limpado as informações contidas anteriormente e capturando uma nova imagem.
Nas câmeras digitais, o processo é idêntico —a única diferença é a existência de um conversor de sinal analógico para digital, que transforma as informações em arquivos binários, que depois são gravadas em fitas, discos rígidos ou DVDs.

Recursos de filmagem
O interessante de ter uma câmera digital são os recursos de filmagem. Nas filmadoras digitais a luz é capturada pelo CCD, que se ajusta automaticamente aos diferentes níveis de luz capturados e mantém um equilíbrio de contraste tanto em ambientes com muita ou pouca luz, sem a necessidade de o operador da câmera tenha que interferir no processo.

Assim, acertos como balanço de branco (luz do sol, sombra, luz fluorescente etc), filmagens sob pouca ou nenhuma luz ou ainda compensação de luz de fundo (de acordo com o objeto principal da filmagem) são mais fáceis e permitem capturar imagens melhores mesmo a quem não entende tanto de gravação de vídeo.

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