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03/10/2007 - 07h00

DVDs portáteis embalam filmes para viagem; veja teste

Rafael Rigues
Para o UOL Tecnologia
Juntar alguns de seus filmes favoritos, um bom par de fones de ouvido e um DVD player portátil parece uma boa opção para se desligar do "entretenimento" de bordo maçante de longas viagens ou do som daquela criança que não pára de chorar nas fileiras de trás. Melhor ainda se a criança for um de seus pimpolhos e entre seus discos você trouxer o último Bob Esponja.

O apelo é forte. Tanto que os players estão se tornando opcional de fábrica nos carros de algumas marcas.

O UOL Tecnologia testou dois modelos de DVD players portáteis encontrados no mercado: uma unidade "individual" da Multilaser, com tela de 2.5 polegadas, ideal para quem está sozinho; e um modelo estilo "notebook", com tela de 7 polegadas da Airis. Ambos têm saída para TV e também podem ser usados como player de mesa quando você chegar à casa da praia ou quarto de hotel.

Claro que estes não são os únicos players portáteis na praça: Gradiente, Semp Toshiba, Philips e GoTec, por exemplo, são alguns exemplos de fabricantes com modelos portáteis com telas de 7 polegadas. Infelizmente, nenhum deles conseguiu enviar seus aparelhos em tempo hábil para o teste, com exceção da Philips, que informou através de sua assessoria de imprensa que seu modelo (PET725) está saindo do mercado.

DVD Portátil Multilaser
Este player portátil lembra um Discman (CD Player Portátil), só que um pouquinho mais "gordo": ele tem formato circular, com 14,5 cm de diâmetro por 3,5 cm de espessura. A primeira coisa que chama a atenção é a tela LCD colorida de 2,5 polegadas na tampa. Pode parecer pequena demais, mas é maior do que a dos novos iPod Nano (que têm 2 polegadas). Abaixo dela ficam alguns controles de reprodução (play, stop, próxima faixa, faixa anterior) e de volume. Nas laterais, há a entrada para o adaptador A/C, botão para abrir a tampa, sensor do controle remoto, chave liga-desliga, saída óptica de áudio e saída de vídeo, para ligá-lo à TV.

A bateria recarregável de Lítio-Íon (7.4 Volts, 1200 mAh) fica escondida em um compartimento debaixo da bandeja do disco. A autonomia testada foi exatamente a especificado pelo fabricante na embalagem, mas bem apertada e capaz de surpresas desagradáveis durante filmes mais longos: 2h e 30 minutos de vídeo contínuo com uma carga completa. Ou seja, esqueça aquela idéia de assistir vários filmes durante um vôo, ou mesmo uma única sessão de um dos filmes da trilogia "O Senhor dos Anéis".

A qualidade de imagem na pequena tela é suficiente para assistir a um filme sem problemas, embora a imagem pareça um pouco granulada, provavelmente resultado da baixa densidade de pixels do LCD. O ângulo de visão não é muito amplo - quem estiver do seu lado olhando para a tela vai ver uma imagem "solarizada", com as cores distorcidas. Não há problemas para ler as legendas, mas as fontes ao acessar o menu de configuração do player são tão pequenas que é quase impossível de ler.

O player também pode ser ligado à TV, com o cabo RCA incluso. Nesse caso, a qualidade de imagem não deixou a desejar em relação a um modelo "de mesa" convencional. Um controle remoto, incluso na embalagem, permite comandar o aparelho sem sair do sofá. Mas a Multilaser deveria simplificar o design: são nada menos do que 40 botões em um espaço de apenas 5,5 x 11,7 cm. Todos visualmente idênticos, com espaçamento entre eles rigorosamente idêntico e legendas igualmente pequenas. É impossível usá-lo no escuro se guiando apenas pelo tato, como é comum.

A compatibilidade com formatos de arquivo é bastante ampla. Além de CDs de áudio e DVDs, o aparelho lê discos HDCD (um formato de áudio que quase não existe aqui no Brasil), VCD e SVCD, áudio em MP3 e WMA, imagens JPEG e vídeos nos formatos MPEG 1, 2 e DiVX (testamos arquivos codificados usando o codec oficial da DiVX.com com o perfil DiVX Home Theater). Entretanto, ele não reconheceu músicas no formato AAC (usado pelo iPod) ou vídeo em H.264 (usado em dispositivos portáteis como o iPod e o PSP).

Há uma vibração considerável do player quando durante a reprodução de um DVD, mas desconfortável depois de um tempo se estiver nas mãos ou no colo. E por falar em vibração, o player não se saiu muito bem no "teste de tortura": quando o chacoalhado para simular uma estrada esburacada ou turbulência em vôo, o vídeo pulou bastante, indicando que não há buffer de leitura para amenizar o problema, recurso popularmente conhecido como "anti-skip" ou "skip-free".

AIRIS DVD Portable LW260
Com um formato que lembra um notebook, este player portátil tem uma tela LCD de 7 polegadas widescreen. O aparelho vem em uma maleta para transporte, que abriga o player, adaptador de força, controle remoto, cabos, alguns DVDs e também pode ser usada como suporte para prender o player atrás dos bancos da frente do carro, para que quem está no banco de trás possa assistir a filmes sem precisar segurar o aparelho o tempo todo.

Ao contrário do modelo da Multilaser, o LW260 não tem bateria. Entretando, seu adaptador de força tem um plug para alimentação através do acendedor de cigarros (12 volts), permitindo seu uso no carro. Claro, ele também pode ser ligado a qualquer tomada comum.

Além dos DVDs, o LW260 reproduz CDs de áudio, HDCD, VCD, SVCD, imagens JPEG, músicas em MP3 e "vídeo MPEG-4", nome pelo qual, sabe-se lá por que motivo, o fabricante resolveu chamar os arquivos DiVX. Ele não reconheceu arquivos WMA (Windows Media), AAC ou H.264, mas conseguiu lidar com vídeo DiVX com legendas externas (no formato SRT) sem maiores problemas: basta que o arquivo com as legendas tenha o mesmo nome que o arquivo com o filme (ex: legendas.avi e legendas.srt)

O monitor LCD embutido tem boa qualidade de imagem e um ângulo de visão amplo o suficiente, cerca de 60 graus para cada lado, e não há problemas para ler texto pequeno, legendas ou menus dos discos testados. Os alto-falantes embutidos, embora tenham volume, soam como um radinho - melhor trocar por um bom par de fones de ouvido.

O player tem problemas de distorção de imagem durante a reprodução que impediram apreciar corretamente alguns dos filmes testados. Títulos com imagem na proporção 16:9, como Kill Bill, tocam sem problemas. Mas filmes com imagem na proporção 2.35:1, como Top Gun, ficam "esticados" horizontalmente: círculos viram elipses e todos os atores ficam gordinhos.

Quando ligado a uma TV (4:3), ocorreu o problema inverso, o que praticamente impossibilita seu uso como substituto de um DVD "de mesa": Mesmo filmes 16:9, como Kill Bill, ficaram esticados, embora estivessem com a proporção correta na tela do aparelho. Filmes em 2.35:1 apareciam normalmente. Além disso, alguns filmes widescreen em DiVX foram severamente distorcidos de 16:9 para 4:3. O aparelho até tem uma opção de menu (e um botão no controle) para alternar o tipo de TV entre 16:9 e 4:3, mas ajustar esta opção não surtiu efeito. Notamos também que o decodificador de DiVX tende a gerar artefatos na reprodução, como "blocagem" em áreas escuras que não existia no mesmo arquivo quando reproduzido em um computador.

Outro problema são os controles do aparelho: os botões são duros e não muito sensíveis, e às vezes você pressiona o botão e nada acontece. A interface para reprodução de MP3 dificulta a navegação: ela mostra todas as músicas da primeira pasta no disco, e você precisa passar por todas elas para acessar as músicas da segunda pasta, e por todas elas para chegar à terceira, etc. Seria mais lógico que o aparelho mostrasse primeiro as pastas, para depois mostrar apenas as músicas da pasta selecionada.

Pelo menos o LW260 se saiu muito bem no teste de tortura: mesmo depois de vários minutos chacoalhando o aparelho, o vídeo nunca pulou ou engasgou.

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