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04/10/2007 - 07h01

Pioneiro dos celulares "exclusivos" moderniza recursos

Rafael Rigues
Para o UOL Tecnologia
O Motorola RAZR V3 (preço sugerido: R$ 1.299) foi um dos primeiros telefones "exclusivos" do mercado e se tornou um símbolo de status. Quando foi lançado em 2004 nos EUA, custava a bagatela de US$ 500 com um contrato de longo prazo com uma operadora, ou US$ 800 sem ele (compare com os US$ 399 de um iPhone de 8 GB, com contrato de 2 anos com a AT&T, para ter uma idéia). Seu formato ultrafino, teclado metálico plano e visual prateado inspiraram uma legião de imitadores que persiste até hoje, além de outros aparelhos da Motorola, como o atual KRZR.

Depois de três anos e algumas variantes, a Motorola decidiu atualizar o conceito e o resultado é o novo RAZR2 V8, que chega neste mês ao Brasil. Ele mantém o que há de mais marcante no RAZR, como o tamanho e o estilo, e atualiza com nova tecnologia: câmera de 2 megapixels, duas (sim, duas!) telas LCD coloridas de 2 polegadas, Bluetooth 2.0 com ADP (suporte a fones de ouvido estéreo) e uma generosa quantidade de memória interna: 2 GB, compensando a falta de um slot para cartões de memória.

A primeira diferença que o usuário nota é que o corpo do aparelho não é mais metálico. O RAZR2 V8 é todo plástico, exceto por uma pequena chapa prateada na dobradiça da tela. No momento, ele só está disponível em uma cor, um grafite-perolado que a Motorola chama de "Dark Pearl". O tamanho é quase o mesmo do antecessor, com as mesmas largura e espessura, mas 3 mm mais curto. A tela externa também chama a atenção: ela tem quase o mesmo tamanho (2 polegadas) que a tela interna, com a mesma resolução e número de cores, mas com um diferencial: é sensível ao toque. Este recurso é usado, principalmente, para controlar o MP3 player.

O teclado segue o popular estilo RAZR, completamente plano. Os números estão em relevo, e as fileiras são separadas por linhas também em relevo, o que facilita encontrar a tecla certa sem precisar ficar olhando. Números e símbolos são iluminados por trás, e um joypad no topo do teclado pode ser usado para navegar pela interface.

Visualmente, a interface é similar à do antigo RAZR. Mas, por debaixo do capô, o motor é novinho em folha: o sistema operacional do RAZR2 V8 é baseado no Linux, e desenvolvido pela própria Motorola. Esta é uma tendência na empresa, já em prática em aparelhos como o ROCKR E2 e a ser aplicada na maioria dos modelos futuros. A interface responde rapidamente aos comandos, e um menu de opções permite acesso rápido a funções de uso comum, como câmera, bloqueio do teclado, mensagens e alertas. Um recurso de síntese de voz (com um leve sotaque português) permite que o aparelho leia para você menus, mensagens e números de telefone discados. Perfeito para deficientes visuais, embora o sistema, inexplicavelmente, funcione em algumas partes da interface (como os menus), mas não em outras (como a tela de configuração de opções do telefone). Também há um menu que permite controlar o aparelho com comandos de voz.

A câmera tem um sensor de 2 MP que produz imagens com resolução máxima de 1600x1200 pixels. As opções de captura englobam ajustes de resolução e qualidade (apenas normal e ótima), efeitos como preto-e-branco, sépia e negativo, e três modos de cena: noite, manual e automático. O zoom digital vai a 8x, mas degrada demais a qualidade da imagem, e não há macro para fotos de perto nem flash.

A qualidade das fotos no geral é boa, apesar de partilhar o problema de muitas das câmeras de celular, que só têm bom desempenho em ambientes bem iluminados. Há bastante perda de definição em áreas escuras. Em fotos noturnas, tudo o que você vai conseguir capturar são alguns pontos de luz. A câmera também faz filmes no formato 3gp, que ocupam cerca de 1 MB de espaço na memória interna por minuto gravado. A resolução (apenas 176x144 pixels) e a taxa de quadros (apenas 10 fps) são baixas demais para usar em qualquer coisa além de mensagens MMS.

O MP3 player tem as funções básicas, como playlists, seleção por artista, gênero e álbum, além de reprodução aleatória, mas não vai muito além disso. Não há equalização pré-definida (exceto um reforço de graves), nem opções de ajuste manual. O alto-falante embutido tem bom volume. É possível deixar o player tocando "em segundo plano" enquanto se usa outras funções do aparelho, como mensagens, navegação e até mesmo a câmera fotográfica.

Não há uma saída dedicada para fones de ouvido: os fones que acompanham o aparelho usam um conector mini-USB, e é necessário um adaptador (incluso) para plugá-los na porta micro-USB (também usada pelo carregador). Eles têm bom som, mas para controlar a reprodução das músicas você vai ter que tirar o celular do bolso, já que a única função do controle no cabo dos fones é um botão para atender ligações. Você não precisa abrir o aparelho para avançar, retroceder ou pausar uma música, basta tocar sobre os símbolos correspondentes no monitor externo. O telefone confirma que entendeu o comando dando uma "vibradinha", o que resolve o problema da falta de feedback encontrada na maioria dos sistemas sensíveis ao toque.

A Motorola prolongou bastante a autonomia de bateria do RAZR2 V8 em relação aos modelos anteriores: são 330 horas em espera, e até 7 horas e 50 minutos em conversação, a maior dentre os modelos testados. Não houve problemas com recepção de sinal nem qualidade de voz nas ligações.

No geral, o RAZR2 V8 consegue manter o mesmo tamanho e estilo do modelo original, mas com um conjunto de recursos que o tornam muito mais poderoso. A mudança do metal para o plástico não vai agradar a todos, mas seu único efeito prático é o mesmo problema encontrado no Nokia N76: o acúmulo excessivo de impressões digitais, embora em grau menor.

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