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19/06/2008 - 07h00

Celulares embutem funções GPS e ameaçam reinado dos navegadores tradicionais

SÉRGIO VINÍCIUS | Para o UOL Tecnologia
Depois de acoplar às suas mil e uma utilidades itens como players de áudio digital e câmeras fotográficas, chegou a vez de os celulares trazerem navegadores GPS embutidos. No mercado brasileiro, algumas das principais fabricantes já desovam opções de telefones com guias de rotas.

Acoplar GPS a celulares é uma sacada providencial. Apesar de crescerem em popularidade, esses mecanismos de rotas e mapas não costumam fazer muito mais do que indicar caminhos. Por esse motivo, o custo-benefício dos GPS ainda é interessante apenas para nichos de mercado, como turistas, motoristas profissionais ou artistas esquisitões.

Assim, para o consumidor médio brasileiro, sai caro pagar até R$ 1.500 para ter um equipamento que será utilizado apenas eventualmente.

Rosa-dos-ventos

O UOL Tecnologia avaliou três modelos de celulares que já trazem GPS embutido: os telefones Nokia 6110 Navigator, Samsung SGH i617 e Motorola MotoQ - este, integrado ao navegador T815 Motonav. Entre os quesitos avaliados, foram considerados usabilidade e navegabilidade no GPS, rapidez e precisão nas respostas e rotas, conjunto dos equipamentos do celular e custo-benefício.

Cada um dos aparelhos avaliados adota uma plataforma distinta para servir de guia ao usuário. E nesse ponto, quem sai na frente é o Nokia 6110 Navigator, seguido do Samsung SGH i617.

O Nokia possui uma tecla de atalho que leva o usuário diretamente ao navegador GPS. Com um simples clique no botão que tem uma rosa-dos-ventos estilizada, é possível entrar em contato com o sistema de rotas. Uma vez conectado, a interface em português (de Portugal) oferece mapas, guia de rotas e histórico de viagens.

No entanto, o teclado numérico do celular pode tornar a digitação de um endereço mais longo em uma tarefa chata e cansativa. Nos concorrentes, o teclado QWERTY dá conta do recado de forma superior.

Escolha o seu serviço

Sem dispor de uma tecla como a do Navigator, o Samsung SGH i617 oferece três serviços: Google Maps, que oferece mapas e algumas rotas; Co-Piloto, disponível pela operadora Vivo; e Samsung Mobile Navigator, um programa GPS especialmente desenvolvido pela empresa. Todos eles podem ser acessados por meio de atalhos específicos na interface do Windows Mobile.

O número de telefones móveis com navegadores quadruplicará até 2011, atingindo a marca de mais de 131 milhões - pouco mais de 29% dos celulares ativos no mundo — é o que aponta uma pesquisa da empresa iSuppli. Os principais responsáveis por essa expansão serão os mercados norte-americano e sul-coreano, que adotaram o padrão CDMA, tecnologia que suporta mais funcionalidades GPS. Além disso, a Federal Communications Comission (FCC), órgão que regula telecomunicações nos Estados Unidos, já havia pedido às operadoras a implementação do GPS em todos os seus celulares até o final de 2005.
PREVISÃO: O GPS EM 2011
Para usar o Co-Piloto, é necessário ao usuário acessar a Internet com o navegador do telefone - no caso, a reportagem do UOL Tecnologia utilizou o Internet Explorer, já nativo do sistema. Ao entrar no serviço do Co-Piloto, as ações são as de praxe. Deve-se definir o endereço de destino (cidade, estado, rua e número), a origem e o tipo de rota (mais rápida, mais curta) e pronto. O serviço calcula o trajeto e inicia a navegação, com instruções transmitidas por voz e imagens.

Opção melhor do que o Co-Piloto, o Samsung Mobile Navigator é avaliado entre os GPS com melhor usabilidade. Em português do Brasil, o menu trabalha com botões como "Para Onde?" e "Exibir Mapa", que informam ao usuário de primeira viagem exatamente o que fazer para traçar uma rota. Opções adicionais, como a localização de hotéis e restaurantes, também são facilmente acessáveis, desde o primeiro contato com a interface GPS.

Sincronização periférica

O MotoQ teve a avaliação mais baixa no comparativo entre celulares com GPS. Mas sua usabilidade não é nem um pouco ruim. O problema reside no fato de o aparelho não ter sistema GPS nativo, dependendo da integração com o Motonav para exibir rotas.

Do tamanho de um porta-copos, o T815 Motonav "joga" para dentro do telefone dados sobre 400 mil pontos de interesse (restaurantes, escolas, postos de combustível) e permite ao usuário informar a amigos sua posição no trânsito, por exemplo.

Para usá-lo, deve-se sincronizar o celular com o GPS. A troca de dados ocorre via Bluetooth; portanto, é imprescindível que tanto o Motonav quanto o MotoQ estejam próximos um do outro cerca de 10 metros. Como na maior parte das vezes o GPS é utilizado no carro, o Motonav pode ser instalado no veículo.

Com o equipamento sincronizado, os problemas de usabilidade terminam. Na tela inicial do telefone surge um grande atalho, em letras maiúsculas, informando que basta entrar na opção para acessar o navegador. A interface simplificada e as operações de rotina garantem que o usuário - mesmo que de primeira viagem - não se atrapalhe ao usar o sistema. Basta indicar origem e destino e rotas preferidas e começar a rodar. Ou andar, já que o celular oferece opções de trajetos a pé.

A versão do acessório avaliada pela reportagem do UOL Tecnologia contava com itens que "vitaminavam" o T815, como recarregador para carro, porta-telefone universal e peças flexíveis de instalação, para melhor acomodar no carro o sistema GPS.
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