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19/02/2008 - 07h00 Vírus para celular pode usar até GPS para rastrear rotina de usuário CAIO TERRERAN | Para o UOL Tecnologia Nem só de trojans bancários vivem as grandes ameaças na Web. Proprietários de celulares e smartphones estão cada vez mais no centro da mira de criminosos. O Brasil, que deverá ter 141 milhões de celulares em funcionamento até o fim de 2008, torna-se uma arena propícia para crimes. O que os malwares querem do usuário do telefone móvel vai de senhas e propagação de ameaças entre dispositivos até alta espionagem industrial, com ares quase fictícios, como gravação de conversas e rastreamento pessoal via GPS.
Em viagem pelo país e entrevistado pelo UOL Tecnologia, Hyppönen explica as razões que permitem a criminosos virtuais atuarem com grande desenvoltura na Web brasileira, fala sobre a crescente ameaça de vírus para celulares e alerta sobre a disseminação de falsos hot spots (pontos de acesso a redes sem fio). • • • UOL Tecnologia: As pragas para celulares e smartphones aumentaram em mais de 1.000% desde o surgimento do Cabir, o primeiro vírus do tipo, em 2004. Hoje, qual o vírus mais perigoso para esses aparelhos e o que ele faz? Hyppönen: Em 2004, os vírus para celular eram, digamos, estúpidos e inocentes —aliás, muitos dos primeiros vírus para celulares eram desenvolvidos por brasileiros. Geralmente transmitidos via Bluetooth, eles se limitavam a exibir imagens indesejadas, destruir dados e coisas do gênero. O pior está aparecendo agora. Em matéria de crimes contra usuários de celular, os spywares são o grande problema. Eles são programas espiões secretamente instalados no telefone que podem ser usados para monitorar o que você faz. UOL: Todos os donos de celulares devem se preocupar com esse perigo? Hyppönen: As ferramentas de espionagem só lhe afetarão se você for um alvo interessante, como um executivo de uma grande empresa. Sua mira é a espionagem industrial e pessoal, como em casos de desconfiança conjugal. Um spyware desses lê tudo o que é digitado no celular, realiza escutas no ambiente em que o aparelho se localiza, transmite áudio de conversas e monitora SMSs. Rodam em Symbian, BlackBerry e Windows Mobile. A infecção se dá pela instalação no smartphone da vítima. Se o aparelho tiver um GPS, o spyware dá a exata localização de onde o usuário está. É assustador. UOL: No caso de um vírus mais corriqueiro, propagado via Bluetooth, como o usuário pode concluir que o telefone está contaminado? Hyppönen: A forma mais fácil de saber se há um vírus em seu telefone é instalar um antivírus e pedir a ele que detecte a presença de malware. Alguns casos são descobertos porque o celular passa a gastar a bateria muito rapidamente, tem de ser recarregado com freqüência [já que o vírus fica utilizando a conexão Bluetooth do gadget para se disseminar —consumindo mais carga]. Hoje, já existem 395 vírus para celulares. Se um amigo disser que recebeu mensagens SMS suas e você desconhecer o envio, é um forte indício de que seu aparelho carrega um vírus. UOL: Qual é a maior vulnerabilidade do celular: Bluetooth, SMS, MMS, e-mail ou Internet? Hyppönen: O Bluetooth responde por 30% das infecções (o que significa que você deve receber o arquivo infectado, baixá-lo e instalá-lo). Ele é a fonte número 1 de infecções, seguida pelo SMS. UOL: Qual a forma mais fácil de se prevenir contra esse mal sem limitar o uso do telefone? Hyppönen: Usar o bom senso. Essa é a coisa mais importante a ser feita. É bom lembrar que celulares mais bem equipados, do tipo top de linha, são mais seguros que modelos populares. Se você receber aplicativos desconhecidos via Bluetooth, MMS, SMS ou e-mail, não instale. Não aceite nem que eles venham de contatos da sua agenda. Apenas baixe software do site oficial do fabricante. E é essencial instalar um antivírus no telefone celular.
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