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21/06/2010 - 14h28 / Atualizada 21/06/2010 - 14h36

Google Street View coletou senhas de e-mails, comprova agência do governo francês

Da Redação

O Google coletou dados sensíveis como senhas de contas de e-mails pelo serviço Street View, atesta um relatório da agência francesa responsável pela proteção de dados na internet, a CNIL (Commission Nationale de l'Informatique et des Libertés). As informações são da BBC.

A CNIL, como outras agências de proteção de dados no mundo, determinou que o Google entregasse cópias dos dados coletados "acidentalmente" pelos carros do serviço Street View, para verificar se as leis de privacidade do país haviam sido infringidas.

O diretor da CNIL, Alex Turk, afirma que uma avaliação primária dos dados revelou que foram coletadas também informações normalmente protegidas por leis de privacidade médica e bancária.

Turk espera que a agência decida até setembro se abrirá um caso contra o Google por violação de privacidade. A CNIL tem o poder de aplicar uma advertência à empresa, multar ou passar o caso a um promotor público para que a acusação criminal seja feita.

“Se não há prejuízo, não há falta”

O Google afirma que está colaborando com as autoridades francesas e de outros países afetados para que possa apagar as informações confidenciais, caso seja solicitado à companhia. 

O CEO da empresa, Eric Schmidt, chegou a afirmar que a coleta de dados foi acidental e que “se não há prejuízo, não há falta”, em referência a um antigo ditado inglês.

Entenda a polêmica

O Google anunciou no dia 14 de maio que sua frota de carros, responsável por tirar fotos ao redor do mundo para o serviço Google Street View, ao longo dos anos acidentalmente coletou também informações pessoais enviadas por redes WiFi – o que, segundo especialistas em segurança na Web, pode incluir e-mails e senhas.

Os países afetados pela coleta “acidental” de dados privados são Brasil, Estados Unidos, Alemanha, França e China. O Google afirmou que iria conversar com reguladores nos países afetados sobre a melhor forma de se desfazer dessas informações, que a empresa afirma nunca ter utilizado.

No dia 18 de maio, o comissário de proteção de dados da Alemanha, Peter Schaar, afirmou que a explicação da empresa era "muito estranha" e pediu uma "investigação detalhada" sobre a prática, segundo informou o jornal. "Uma das maiores empresas do mundo, líder de mercado na Internet, simplesmente ignorou as regras normais", disse Schaar ao jornal Financial Times.

Além da Alemanha, a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos afirmou que poderá abrir um inquérito sobre o ocorrido. Outros países que se pronunciaram sobre o caso foram a Itália e o Reino Unido.

Ao menos as autoridades britânicas e americanas, determinaram que o Google mantenha as informações coletadas intactas, enquanto os inquéritos são feitos.

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