Espanha investiga Google por coletar informações privadas pelo Street View

Da Redação*

  • Reuters

    Carros do Google Street View equipados com câmeras ganharam novas cores durante a Cebit

Após vários países europeus abrirem processo contra o Google, agora é a Espanha que está investigando o Street View – serviço do Google que tira foto de vias das cidades por todo o mundo – por ter violado a privacidade de pessoas no país. As informações são da agência AP.

De acordo com Marisa Toro, porta-voz do Google na Espanha, a juíza Raquel Fernandino emitiu uma intimação para que a empresa dê explicações sobre a acusação de violação de privacidade. Marisa ainda disse que a companhia irá colaborar com as autoridades do país.

A ação contra o Google foi movida em junho pela Apedanica (Associação para prevenção e estudos de delitos, abusos e negligências em informática e comunicações avançadas). Há indícios de que o serviço captou informações de terceiros sem consentimento.

Em uma decisão emitida na última segunda-feira (16), a juíza disse que a investigação quer verificar se o fato de a empresa captar imagens no país pode ser considerado um crime virtual, informou Valentin Playa, advogado da Apedanica.

O Google afirmou que coletou informação de redes Wi-Fi em mais de 30 países, mas nunca as usou e nem descumpriu qualquer lei nos locais onde atua. A empresa está sendo processada em vários países por essa prática.

Na Alemanha
Na última quarta-feira (11), o governo da Alemanha anunciou que fiscalizaria com cuidado o serviço Street View. O Google alegou que respeitaria os pedidos de privacidade das pessoas que não quisessem aparecer nas imagens do serviço de coleta de imagens. A estimativa, segundo a Reuters é que mais de 10 mil alemães já fizeram solicitações para não aparecerem.

Entenda a polêmica
O Google anunciou no dia 14 de maio que sua frota de carros, responsável por tirar fotos ao redor do mundo para o serviço Google Street View, ao longo dos anos acidentalmente coletou também informações pessoais enviadas por redes WiFi – o que, segundo especialistas em segurança na Web, pode incluir e-mails e senhas.

Os países afetados pela coleta “acidental” de dados privados são Brasil, Estados Unidos, Alemanha, França e China. O Google afirmou que iria conversar com reguladores nos países afetados sobre a melhor forma de se desfazer dessas informações, que a empresa afirma nunca ter utilizado.

No dia 18 de maio, o comissário de proteção de dados da Alemanha, Peter Schaar, afirmou que a explicação da empresa era "muito estranha" e pediu uma "investigação detalhada" sobre a prática, segundo informou o jornal. "Uma das maiores empresas do mundo, líder de mercado na Internet, simplesmente ignorou as regras normais", disse Schaar ao jornal “Financial Times”.

Além da Alemanha, a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos afirmou que poderá abrir um inquérito sobre o ocorrido. Outros países que se pronunciaram sobre o caso foram a Itália e o Reino Unido.

* Com agências internacionais

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