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11/07/2011 - 12h40 / Atualizada 11/07/2011 - 12h40

"Manhattanhenge", o mágico alinhamento do Sol com as ruas de Nova York

NOVA YORK, 11 Jul 2011 (AFP) -O fenômeno tem o curioso nome de "Manhattanhenge" e ocorre duas vezes por ano no verão do hemisfério norte e, na próxima quarta-feira, dia 13, fará os nova-iorquinos saírem de casa munidos com suas máquinas fotográficas para registrar o momento em que o Sol se alinhará ao entardecer com as ruas pares da "Big Apple", oferecendo um mágico espetáculo que atravessa a cidade de oeste a leste.

"Pode ser um fenômeno urbano único no mundo", afirma o astrofísico Neil DeGrasse Tyson, do Museu Americano de História Natural e descobridor desta curiosidade astronômico-urbanística.

O nome "Manhattanhenge" vem da combinação das palavras Manhattan e Stonehenge, o monumento do sul da Inglaterra composto por grandes blocos de pedras colocadas em circunferências concêntricas.

No Stonehenge, o sol atravessa o eixo da construção durante os solstícios de verão e de inverno, o que levou ao desenvolvimento de várias hipóteses sobre a sua finalidade, entre elas a de servir de observatório astronômico.

No caso de Manhatan, o fenômeno ocorre antes e depois dos solstícios ao entardecer. Antes do se pôr, o sol se alinha às ruas pares que correm de leste a oeste e seguem o plano de urbanização da cidade de 1811.

"Quando tinha 15 anos, visitei Stonehenge na Inglaterra e investiguei outro monumento megalítico menos conhecido nas ilhas britânicas. Estava, de certa forma, instigado pelo poder emocional que podem ter os alinhamentos terrestres com o sol numa civilização", lembra DeGrasse Tyson numa entrevista à AFP.

"Qualquer cidade com um traçado retangular pode determinar os dias em que o sol se alinha com suas ruas no entardecer. No entanto há poucas cidades no mundo que sejam assim", explica.

O astrofísico pensou pela primeira vez no "Manhattanhenge" em 1996, mas só fotografou o fenômeno cinco anos depois, em julho de 2001.

Essa imagem e outras foram publicadas em 2002 numa edição especial da Natural History Magazine chamada "City of Stars" ("Cidade das Estrelas"), lembra ao relatar como o tema começou a se popularizar.

Este ano, o espetáculo já ocorreu no dia 30 de maio, antes do soltístico de 21 de junho, e agora volta a ocorrer na quarta-feira, dia 13, mas poderá ser visto parcialmente um dia antes.

No inverno, pode ocorrer entre os dias 5 de dezembro e 8 de janeiro, mas as condições meteorológicas podem dificultar as observações.

Para desfrutar do fenômeno, DeGrasse Tyson aconselha "se posicionar o mais ao leste possível em Manhattan", assegurando de que sempre vai conseguir olhar para o oeste, onde ainda seja possível ver Nova Jersey", situada do outro lado do rio Hudson.

Entre as principais ruas em que o sol atravessa de maneira perfeita estão a 14, a 23, a 34 e a 42. Estas duas últimas oferecem vistas especialmente extraordinárias, devido à presença do Empire State e do edifício Chrysler.

O Museu Americano de História Natural propõe um programa especial na terça-feira no Planetário Hayden que inclui uma explicação visual do "Manhattenhenge" com um projetor digital de última geração e um Atlas estelar em quatro dimensões.

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