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05/08/2011 - 19h51 / Atualizada 05/08/2011 - 19h51

Nasa lança sonda espacial Juno para Júpiter

WASHINGTON, 5 Ago 2011 (AFP) -A agência espacial americana Nasa lançou nesta sexta-feira a nave não tripulada Juno, que funciona com energia solar e custou mais de 1 bilhão de dólares, para uma viagem de cinco anos a Júpiter, para que investigue a composição do maior planeta do Sistema Solar.

A sonda foi lançada ao espaço às 12h25 (13h25 de Brasília), a bordo de um foguete Atlas V, de 60 metros de altura, de uma plataforma localizada em Cabo Canaveral, Flórida (sudeste dos Estados Unidos).

"Decolou o foguete Atlas V com a sonda Juno em uma viagem para Júpiter, uma peça do quebra-cabeças planetário sobre o início de nosso Sistema Solar", disse um comentarista de televisão da agência espacial americana ao reportar o lançamento.

Cerca de 53 minutos mais tarde, Juno separou-se do foguete que a lançou para continuar sua viagem sozinha.

O lançamento de Juno mostrou que "a Nasa ainda está ativa e liderando a exploração espacial", disse o chefe da agência, Charles Bolden.

"O maior planeta de nossa vizinhança está a ponto de revelar seus segredos, e tudo o que Juno encontrar nos ajudará a entender mais de perto as origens e a evolução de nosso Sistema Solar. Isso é emocionante", escreveu Bolden no site da Nasa.

Uma vez que chegar a seu destino, em julho de 2016, a nave orbitará os polos do gigantesco planeta de gás, que se acredita ter sido o primeiro formado ao redor do Sol e cuja massa é duas vezes superior à de todos os planetas do Sistema Solar juntos.

Chamada Juno devido à deusa romana, irmã e mulher de Júpiter, essa sonda de 1,1 bilhão de dólares realiza a primeira missão de uma nave espacial não tripulada a Júpiter desde 1989. Na época, a Nasa lançou Galileu, uma nave de exploração que entrou na órbita de Júpiter em 1995 e que ingressou no planeta em 2003, finalizando assim sua missão.

Juno se aproximará de Júpiter mais do que nenhuma outra nave da Nasa e será a primeira a orbitar os pólos do planeta, disse Scott Bolton, principal pesquisador de Juno e cientista do Southwest Research Institute em San Antonio, Texas (sul).

"Um dos principais objetivos de Juno é (investigar) a origem de Júpiter e a origem de nosso Sistema Solar", disse Bolton nesta sexta-feira, pouco antes do lançamento.

Outras naves da Nasa, como Voyager 1 e 2, Ulisses e Novos Horizontes, também sobrevoaram esse planeta, o quinto em distância que gira ao redor do Sol.

Juno passará os dois primeiros anos de sua missão viajando ao redor do Sol, depois voltará para orbitar a Terra, o que lhe dará impulso gravitacional para sua viagem de três anos a Júpiter.

Ao chegar, Juno orbitará a 5.000 km acima das nuvens de Júpiter e usará uma série de instrumentos, fornecidos pela Agência Espacial Europeia (ESA), para estudar o funcionamento do planeta e explorar sua composição.

Dois experimentos-chave permitirão calcular a quantidade de água existente em Júpiter e determinarão se o planeta "tem um núcleo de elementos pesados no centro ou se é todo feito de gás", explicou Bolton.

Além disso, os cientistas esperam aprender mais sobre os campos magnéticos e sua grande mancha vermelha, uma tempestade que ocorre há mais de 300 anos.

"Uma das perguntas fundamentais é 'quão profundas são as raízes dessa mancha vermelha? Como (a tempestade) se mantém por tanto tempo?", disse Bolton.

Juno leva alguns brinquedos como parte de uma campanha de sensibilização dos mais jovens sobre matemática e ciência.

Três bonecos de plástico de cerca de 4 cm feitos pela empresa Lego estão a bordo: um é o astrônomo italiano Galileu Galilei, que descobriu quatro das luas de Júpiter, outro é o deus romano Júpiter e o terceiro é sua mulher Juno.

Em 2003, a Nasa avaliou usar uma espécie de combustível nuclear para o motor de Juno, mas os engenheiros decidiram que a nave seria mais rápida e segura se utilizasse energia solar.

Juno integra uma nova série de missões científicas: a sonda Grail será lançada para a Lua em setembro, e o Laboratório de Ciências de Marte decolará para o planeta vermelho em novembro.

"Estas missões são desenhadas para resolver algumas das questões mais difíceis da ciência plenetária, todas elas sobre nossa origem e a evolução do Sistema Solar", disse Jim Green, diretor de ciência planetária da Nasa.

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