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05/02/2010 - 07h00 / Atualizada 05/02/2010 - 07h00

Geolocalização usa tecnologia para criar 'radar de gente'

GUILHERME TAGIAROLI | Do UOL Tecnologia

Há alguns anos, o celular causou uma revolução ao permitir que seus usuários fossem localizados ou fizessem ligações de qualquer lugar onde houvesse sinal. Passada — e já muito bem assimilada — essa fase, chega-se agora à era da geolocalização. Esse conceito se assemelha ao do celular quando permite, por exemplo, que você saiba onde seu amigo está. Com a diferença que ele não precisa atender à ligação ou mandar um torpedo para lhe informar isso. Em outras palavras, a geolocalização usa a tecnologia para criar radar de gente. 

Celulares com GPS, computadores conectados à internet ou até mesmo uma câmera fotográfica podem identificar e exibir a localização de uma pessoa — no caso das fotos, o local onde a imagem foi clicada. Com a geolocalização, é possível ainda encontrar itens roubados, saber em que bar estão os amigos e de onde vem aquele tweet. Por esses motivos, há quem ache a tecnologia invasiva. 

Esse não é o caso do hoteleiro Eduardo Monteiro. “Eu já fui propositalmente a alguns lugares, pois vi no Google Latitude que certas pessoas estariam lá”, disse ele que tem uma rede de mais de 30 amigos cadastrados. O Latitude funciona via aplicativo do Orkut ou via celular conectado à internet e permite obter a localização de pessoas que utilizam o serviço. 

“Quem participa não pode se preocupar com a privacidade. Mesmo assim, o serviço dá uma localização aproximada (cerca de 500 metros). E a pessoa só usa se quiser”, afirmou o consultor de empresas Fernando Lima, que utiliza o serviço do seu celular e não se preocupa com a possível exposição que a tecnologia proporciona.

Além disso, Fernando aponta as vantagens de estar "sendo vigiado". “Se eu perder meu celular, por exemplo, é só pegar o telefone do meu amigo que me segue e ver onde o telefone pode estar”.

Do ponto de vista comercial, o diretor de aplicações móveis Wagner Pacífico, da Multiespectral, uma empresa especializada em mapas digitais, afirma que a popularização de dispositivos com GPS causará uma grande transformação.

Para exemplificar, Pacífico deu como exemplo a procura de uma vaga em um estacionamento. “Imagine você indo de carro para o shopping e, pouco antes de entrar, você já recebe a localização de uma vaga livre”. Ainda que isso esteja longe da realidade, Wagner acredita que a situação pode se concretizar, sobretudo com o barateamento de celulares com GPS e de planos de dados 3G.

Confira abaixo algumas ferramentas que colocam a geolocalização em prática:

Navegadores
Em meio a constantes atualizações, os navegadores Opera e Firefox (a partir da versão 3.5) já vêm com uma função que grava a localidade do usuário. O interessante de se ter esta opção é que, uma vez que o navegador sabe o local de onde o usuário está acessando, ele pode refinar melhor uma busca por estabelecimentos, por exemplo, em sites que dão suporte à geolocalização.

Contudo, ambos os navegadores oferecem opção para desativar a opção. No Opera, o complemento de geolocalização WinGogi Desktop é instalado separadamente. Já no Firefox, precisa ser desativado “na mão”, pois a opção vem como padrão. Outro serviço de localização disponível no Brasil é o Google Local. Inicialmente oferecido apenas para celulares, o serviço, após digitar manualmente um local, fornece estabelecimentos próximos ao lugar.

Celular
O Google Latitude é um serviço atrelado ao Google Maps que permite disponibilizar, para determinados amigos, sua localização. Para usar, basta acessar o site do Latitude e baixar o aplicativo. Nele o usuário tem a opção de detectar a localidade, colocar manualmente o local ou ocultar.  Funciona em celulares com sistema Android, Windows Mobile, Blackberry e Symbian. A versão para iPhone ainda está em desenvolvimento, segundo o próprio site do serviço. Caso o usuário esteja com o celular desligado, é possível acompanhar a localidade dos amigos pelo aplicativo do Latitude para Orkut.

Redes sociais
No ano passado, o Twitter comprou a MixerLabs, que criou o GeoAPI, um aplicativo responsável por informar a localização de quem está usando a rede. Porém, a localização geográfica só funciona em API’s (Interface de Programação de Aplicativos, em português) de programas que permitem acessar o Twitter pelo celular. Um exemplo disso é o UberTwitter para Blackberry que junto com a mensagem, tuíta um link com a localização da pessoa.

Fotografia
Máquinas atuais como a Nikon D5000 acompanham uma espécie de GPS embutido que marca o local de onde foi tirada a foto (geotag). Os principais serviços de compartilhamento de foto, Flickr e Picasa já incluem opção para inclusão de imagens com referência geográfica. No Flickr, especificamente, o site Loc.alize.us mostra um mapa com imagens com latitude e longitude do local.

A câmera de alguns telefones Blackberry também permite tirar fotos com geotag.

  • Brandon Warren/Flickr

    Foto retirada do serviço loc.alize.us, que reúne fotos do Flickr com localização geográfica

 

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