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20/04/2010 - 12h59 / Atualizada 21/04/2010 - 19h04

Dez países pedem que Google se esforce mais para proteger a privacidade de usuários

Da Redação

Oficiais de dez países enviaram ao Google na última segunda (19) uma carta exigindo que a gigante da Internet reforce os dispositivos de privacidade nos serviços fornecidos pela empresa. As informações são do Wall Street Journal.

A carta foi assinada por representantes do Canadá, França, Alemanha, Irlanda, Israel, Itália, Holanda, Nova Zelândia, Espanha e Reino Unido. Ela sinaliza, segundo o Wall Street Journal, uma preocupação real dos países com o poder crescente do Google no mundo.

“Estamos cada vez mais preocupados que, muito frequentemente, os direitos à privacidade de cidadãos são esquecidos pelo Google, enquanto a empresa lança novas aplicações tecnológicas", diz o documento. Além disso, o texto ressalta que “a privacidade não pode ser deixada em segundo plano na pressa de se introduzir novas tecnologias ao público online ao redor do mundo”.

Nas críticas feitas no documento, foram lembrados os casos dos padrões inadequados de privacidade do Google Buzz e das fotos tiradas pelo Street View. Os países exigem que a empresa crie configurações que garantam a proteção à privacidade e tornem mais fácil para os usuários o ato de apagarem suas contas nos serviços oferecidos.

Uma porta-voz do Google contatado pelo jornal se recusou a comentar o conteúdo do documento. A empresa declarou apenas que “já discutiu essas questões publicamente várias vezes e não tem nada a acrescentar sobre a carta”.

Nesta terça, o Google prepara a divulgação de informações sobre o número de pedidos recebidos de governos estrangeiros. “É certamente irônico que esta carta venha a público agora quando estamos nos preparando para fazer um anúncio de transparência sobre os pedidos de governos do mundo”, afirmou a porta-voz do Google.

Censura

Ontem o Google publicou um post em seu blog oficial em que reforça os parâmetros de retirada de conteúdo nos serviços que oferece. "Dois anos e meio atrás, nós delineamos nossa política para remover conteúdo de produtos e serviços do Google. Nosso processo não mudou desde então, mas a decisão recente de parar de censurar as buscas do Google.cn levantou novas questões", afirmou a autora do post, Rachel Whetstone, vice-presidente de Comunicações da empresa.

Para o Google, muitos dos pedidos para censurar conteúdo feitos por alguns governos contrariam o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. E ,apesar da China ser o exemplo mais lembrado, "a censura atinge os serviços do Google, como Blogger, YouTube e GoogleDocs, em 25 países dos 100 onde a empresa oferece seus serviço", continua Rachel. "Recebemos regularmente pedidos de governos para restringir ou retirar conteúdo em nossa propriedade. Os pedidos são examinados minunciosamente para assegurar que estão de acordo com a legislação, e se vemos que eles são muito amplos, tentamos restringi-los. Também somos transparentes com nossos usuários, sobre os conteúdos que foram bloqueados, para que eles saibam que não estão vendo tudo". 

Rachel conclui o texto afirmando que o Google tem "um viés a favor do direito dos cidadãos à liberdade de expressão" e que a empresa é "movida pela crença de que mais informação significa mais opções, mais liberdade e, finalmente, mais poder para o indivíduo".

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