UOL Notícias Tecnologia

19/05/2010 - 12h03 / Atualizada 27/05/2010 - 19h08

CEO do Google defende Street View após países anunciarem investigação do serviço

Da Redação*
  • Reuters

    Para tentar ganhar a confiança dos alemães e desfazer a polêmica sobre a invasão de privacidade causada pelo serviço, Google faz campanha publicitária e pinta carros na Cebit 2010

Eric Schmidt, CEO do Google, saiu em defesa da empresa na última terça-feira (18), após os governos alemão e norte-americano anunciarem inquéritos para apurar a invasão de privacidade de cidadão dos países pelo serviço Street View. Schmidt afirmou que o Google tem “a política de privacidade mais centrada no consumidor do que qualquer outro serviço online", durante apresentação no fórum Google Zeitgeist Europe.

Nesta quarta (19), a Itália também anunciou que irá investigar se o Google tratou corretamente os dados coletados pelo Street View, serviço que permite que os usuários visualizem ruas em 360º, a partir de fotos coletadas por carros do Google equipados com câmeras. Já o Escritório do Comissário de Informação do Reino Unido ordenou também nesta quarta que o Google destrua quaisquer dados pessoais coletados equivocadamente.

Além de negar que a empresa esteja passando por uma “crise de confiança”, o CEO do Google afirmou aos participantes do fórum que "o que realmente importa é o dano real", repetindo que o problema involve uma pequena quantidade de dados fragmentados, não utilizados de forma alguma pela empresa. Schmidt evitou comentar se membros do Google teriam sido demitidos após a descoberta da falha na coleta de dados do Street View.

"Não estamos em qualquer tipo de processo de negação ou a falta de compreensão de como essa questão é importante, e isso não é apenas uma questão europeia", reforçou o CEO. "A sociedade como um grupo ainda não decidiu o que é adequado ou não na esfera da privacidade, e cada sociedade tem suas diferenças”, ressalvou. Schmidt acrescentou que o Google continuará em contato com as autoridades legais para decidir quais informações deverão ser mantidas e quais destruídas.

Entenda a polêmica

O Google anunciou na sexta-feira passada (14) que sua frota de carros, responsável por tirar fotos ao redor do mundo para o serviço Google Street View, ao longo dos anos acidentalmente coletou também informações pessoais enviadas por redes WiFi – o que, segundo especialistas em segurança na Web, pode incluir e-mails e senhas.

Os países afetados pela coleta “acidental” de dados privados são Brasil, Estados Unidos, Alemanha, França e China. O Google afirmou que iria conversar com reguladores nos países afetados sobre a melhor forma de se desfazer dessas informações, que a empresa afirma nunca ter utilizado.

Na última terça (18), o comissário de proteção de dados da Alemanha, Peter Schaar, afirmou que a explicação da empresa era "muito estranha" e pediu uma "investigação detalhada" sobre a prática, segundo informou o jornal. "Uma das maiores empresas do mundo, líder de mercado na Internet, simplesmente ignorou as regras normais", disse Schaar ao jornal Financial Times.

Além da Alemanha, a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos afirmou que poderá abrir um inquérito sobre o ocorrido. Outros países que se pronunciaram sobre o caso foram a Itália e o Reino Unido.

*Com informações de agências internacionais

Últimas Notícias

Hospedagem: UOL Host