Dois representantes do Congresso norte-americano que participam do House Privacy Caucus – grupo de estudos de leis ligadas à privacidade – pediram que a Comissão Federal de Comércio, a FTC, analise se o Google infringiu a legislação ao coletar dados de redes Wi-Fi enquanto tirava fotos para o serviço Google Street View.
CEO do Google, Eric Schimdt
Os representantes Joe Barton, republicano, e Edward Markey, democrata, escreveram ao presidente da FTC, Jon Leibowitz, para perguntar se a comissão estava a par do caso, qualificado pelo Google como uma coleta “acidental”.
Os legisladores querem que a FTC responda como os dados foram coletados e armazenados, além de quem tem acesso às informações. Ainda, a FTC é questionada se a coleta de dados do Google violou a expectativa de privacidade das pessoas e se a prática foi enganosa ou ilegal.
A FTC e o Departamento de Justiça estão ambos interessados na investigação do caso, disseram fontes próximas à agência de notícias Reuters.
Entenda a polêmica
O Google anunciou na sexta-feira passada (14) que sua frota de carros, responsável por tirar fotos ao redor do mundo para o serviço Google Street View, ao longo dos anos acidentalmente coletou também informações pessoais enviadas por redes WiFi – o que, segundo especialistas em segurança na Web, pode incluir e-mails e senhas.
Os países afetados pela coleta “acidental” de dados privados são Brasil, Estados Unidos, Alemanha, França e China. O Google afirmou que iria conversar com reguladores nos países afetados sobre a melhor forma de se desfazer dessas informações, que a empresa afirma nunca ter utilizado.
Na última terça (18), o comissário de proteção de dados da Alemanha, Peter Schaar, afirmou que a explicação da empresa era "muito estranha" e pediu uma "investigação detalhada" sobre a prática, segundo informou o jornal. "Uma das maiores empresas do mundo, líder de mercado na Internet, simplesmente ignorou as regras normais", disse Schaar ao jornal Financial Times.
Além da Alemanha, a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos afirmou que poderá abrir um inquérito sobre o ocorrido. Outros países que se pronunciaram sobre o caso foram a Itália e o Reino Unido.
*Com informações de agências internacionais