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25/05/2010 - 07h00 / Atualizada 26/05/2010 - 12h18

Compra de iPhone pode exigir paciência, 20 meses após lançamento no Brasil

JULIANA CARPANEZ*||Do UOL Tecnologia
  • Divulgação

O telefone celular iPhone, da Apple, foi lançado oficialmente no Brasil em setembro de 2008. Quase um ano depois, em agosto de 2009, a versão 3GS desembarcou no país com a promessa de uma conexão duas vezes mais rápida que seu antecessor. Apesar de o smartphone não ser uma novidade por aqui, os consumidores que quiserem comprar um modelo específico ainda podem enfrentar um teste de paciência. O UOL Tecnologia visitou seis shoppings de São Paulo para saber se é possível comprar o iPhone 3GS (16 GB e 32 GB, nas cores preta e branca) na primeira tentativa e concluiu: para isso, há de se ter sorte –  veja aqui quais os modelos disponíveis nos dias das visitas .

Como as lojas das operadoras não passam informações por telefone, o possível comprador tem de ir até o estabelecimento em busca do iPhone que deseja. No shopping Pátio Paulista, por exemplo, uma visita no último dia 18 mostrou que a Vivo tinha o smartphone de 16 GB branco e o de 32 GB preto. A TIM, do outro lado do corredor, invertia os papéis: na cor branca só o modelo de 32 GB, e na preta o de 16 GB. Nenhuma das duas oferecia o aparelho de 8 GB (versão anterior à 3GS) e a Claro não tinha qualquer tipo de iPhone (segundo a vendedora, só um quebrado exposto na vitrine). 

O UOL Tecnologia entrou em contato com as operadoras Claro, OI, TIM e Vivo para saber qual o motivo da dificuldade em encontrar todas as alternativas. Somente a Claro respondeu, por e-mail: “em função da alta demanda mundial, muitas vezes as operadoras do Brasil encontram problemas de fornecimento por parte do fabricante [Apple]. Isso tem minimizado, mas pode acontecer sempre que há lançamento de novos modelos”, afirmou a empresa, via assessoria de imprensa. A melhor forma para encontrar o que busca, sugeriu a operadora, é “privilegiar a aquisição do produto na loja online ou nas lojas próprias da operadora”. 

As operadoras Claro, Oi e TIM oferecem a opção de comprar o aparelho online, mas este não é o caso da Vivo. Na Oi o internauta consegue escolher o modelo, mas no site da Claro as únicas opções de iPhone são na cor preta. E ao clicar em “comprar” na loja online da Apple no Brasil, o internauta é levado para uma página que exibe os sites das operadoras autorizadas.

Compra fora da cidade
O estudante Gustavo Biluca, de 25 anos, mora em São Paulo e adquiriu seu iPhone há dois meses, em Bauru, interior do Estado. A decisão da compra em outra cidade – com direito a pagamento antecipado e envio do produto via Sedex – se deu depois de ele visitar cerca de oito lojas de sua operadora em São Paulo, em busca de um modelo preto com 16 GB. Em Bauru para visitar parentes, a vendedora da TIM fez essa proposta e ele topou, recebendo o iPhone 3GS preto com 16 GB alguns dias depois, em sua casa.

O esforço, conta Gustavo, foi recompensado. “Coloquei na minha cabeça que queria esse telefone e estou gostando muito dele. Há vários recursos, jogos, aplicativos e eu posso acessar a internet a qualquer momento”, conta o estudante, que antes tinha um aparelho sem conexão 3G. Como sua empresa bloqueia alguns sites de notícias, ele disse ao UOL Tecnologia que leria esta reportagem sobre o iPhone assim que ela fosse publicada, direto de seu novo aparelho. É o exemplo que, de fato, sua aquisição pode ter valido a pena.

  • Adriano Dum/UOL

    Derek Sismotto Flores, que mora em São Paulo, foi até Santo André para comprar iPhone preto de 16 GB


Sola de sapato
O UOL Tecnologia acompanhou o teste de paciência enfrentado por Derek Sismotto Flores, radialista também do UOL, na compra de seu iPhone. As tentativas tiveram início no dia 5 de maio, quando o então cliente da Nextel saiu em busca de um aparelho da TIM, operadora para a qual gostaria de mudar por conta dos planos. Nas lojas TIM dos shoppings Ibirapuera e Eldorado, nem sinal do aparelho, como aconteceu na Vivo do último shopping visitado. 

“Queria o iPhone pela facilidade de navegar na internet e teria de fechar um plano com uma operadora, porque a Nextel não oferece este aparelho”, contou Derek, que se informou sobre preços e planos antes de ir até as lojas. “Fui com todas as informações e documentos, mas não consegui comprar o que eu queria”, contou. Na mesma semana, ele voltou novamente à loja da TIM do shopping Ibirapuera, onde novamente não teve sucesso.

Além da indisponibilidade, ele relata a contradição de informações fornecidas pelos vendedores. “O caso mais marcante foi o de um banner nas lojas da TIM, que mostrava quanto saía um iPhone atrelado a um plano. Em uma loja, disseram que o aparelho tinha 8 GB, enquanto em outra afirmaram que o mesmo telefone era de 16 GB.” O material promocional divulgava o valor do plano, mas não informava a capacidade de armazenamento do modelo 3GS atrelado à mensalidade.

No sábado, dia 8, Derek usou a mesma estratégia de Gustavo (o comprador de Bauru) e foi a um shopping Grand Plaza, em Santo André, em busca do iPhone de 16 GB. Lá, encontrou o modelo e acabou optando por fechar um contrato com a Vivo por achar que o plano oferecia mais benefícios. “Quase desisti. De tanto procurar, chega uma hora que você acha que não é para comprar aquele produto”, afirmou o radialista, que também se disse satisfeito com a (suada) compra. “É preciso ir às lojas pessoalmente, pagar estacionamento e muitas vezes nem na segunda visita você encontra o aparelho que quer”, resumiu.

Peregrinação
O UOL Tecnologia visitou lojas de operadoras em seis shoppings de São Paulo – que não dão informações pelo telefone – para ver que modelos os clientes de cada companhia de telefonia móvel poderiam encontrar. Se não estiver disposto a mudar de operadora, o consumidor tem basicamente quatro opções: dar sorte e achar exatamente o que busca, rodar várias lojas atrás do modelo, levar aquele que tem (32 GB branco, quando o objetivo era o preto) ou simplesmente desistir do iPhone, o que é bem incomum para os fãs da Apple.

No domingo (16), no shopping Ibirapuera, a Oi e Claro não tinham qualquer modelo de iPhone 3GS e a TIM só oferecia o branco de 16 GB, enquanto a Vivo também tinha o branco de 16 GB e o preto de 32 GB. No mesmo dia, a TIM e Vivo do shopping Morumbi diziam ter todos os modelos, a Claro não tinha nenhum e a Oi oferecia um único aparelho de 16 GB preto. Já no Market Place, a TIM vendia o preto de 16 GB, o branco de 32 GB, a Vivo tinha todos e a Oi estava restrita ao branco de 32 GB. A TIM do shopping Villa Lobos não tinha nada em seu estoque, enquanto a Claro disponibilizava os modelos preto e branco de 16 GB e só o preto de 32 GB.

Na terça-feira (18), no shopping Eldorado, era possível encontrar todos os modelos na Oi e na Claro, enquanto a Vivo tinha o branco de 16 GB e preto de 32 GB. A TIM só oferecia aos interessados o iPhone de 8 GB, que não representa a última versão do produto. No shopping Pátio Paulista, como descrito no início da reportagem, a Vivo tinha o smartphone de 16 GB branco e o de 32 GB preto. A TIM, do outro lado do corredor, oferecia o contrário: na cor branca só o modelo de 32 GB, e na preta o de 16 GB. A Claro, por sua vez, não tinha nenhum iPhone além do modelo com defeito, exposto na vitrine.

* Colaborou Derek Sismotto Flores

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