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10/06/2010 - 13h54 / Atualizada 10/06/2010 - 15h44

Plano de internet móvel ''popular'' da Vivo esbarra em custo alto de modem 3G

ANA IKEDA | Do UOL Tecnologia

A Vivo apresentou nesta quarta (10) seu plano de internet móvel que pretende quadruplicar o número de cidades conectadas no Brasil por essa tecnologia – das atuais 732 para ao menos 2.800 até o final de 2011. O anúncio foi feito na sede da empresa em São Paulo. A iniciativa no entanto esbarra no preço alto do modem para internet 3G.

O serviço terá o preço de R$ 29,95 no primeiro mês, para um pacote de tráfego de 250 MB em dados, e depois passa a R$ 59,00. Não está incluso o preço do modem – cerca de R$ 149 – que poderá ser subsidiado ou não pela operadora, de acordo com suas promoções e perfil do cliente. O preço final ao usuário pode chegar, nessas condições, a R$ 178,95 no mês de adesão ao serviço, um valor ainda alto tendo em vista o público-alvo apontado pela operadora, as classes C e D em pequenos e médios municípios.

Um dos fatores que limitou um preço final mais baixo, conforme explicou o presidente da Vivo, Roberto Lima, foi a alta carga tributária incidente nos serviços de telecomunicações móveis no país, que chega a 44% – o que representa R$ 25 do preço final do pacote popular. Nela estão inclusos ICMS, PIS/Cofins e taxas da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

"Se não é possível para o governo mexer na tributação de voz, ao menos no que diz respeito aos serviços 3G esperamos que a carga tributária caia. Esse é um imposto que vai direto ao consumidor. A operadora paga e cobra direto na fatura do cliente", ressaltou o executivo.

O investimento da operadora no plano de aceleração da internet móvel está dentro dos R$ 2,49 bilhões anunciados pela Vivo para este ano. Com isso, a empresa espera ampliar para 85% a cobertura 3G nos municípios brasileiros nos próximos 18 meses.

Planos diferentes

Ao ser questionado se o Plano Vivo Internet Brasil é uma resposta ao lançamento da Banda Larga Nacional pelo Governo – que só deve ser posta em prática pela Telebrás em dois meses – o presidente da empresa foi taxativo. “Não se fez um plano desse porte num curto espaço de tempo e sem já ter um investimento prévio em infraestrutura ao longo de todos esse anos”, ressaltou.

Ainda assim, para o executivo, a iniciativa do governo em lançar o plano foi positiva. “A questão das telecomunicações é fundamental para o país. O pré-sal é importante? Sim, ele é. Mas é o setor de Telecom que pode realmente mudar o país, levando educação à população”, afirmou Lima.

Qualidade do sinal

A instabilidade do sinal 3G no país é uma crítica constante dos usuários da internet móvel e já foi questionada por entidades de defesa do consumidor, como o Idec. Mas para o presidente da Vivo, o lançamento do plano poderá contribuir para a melhora da rede 3G, pois irá descentralizar os acessos.

"A questão da qualidade do serviço depende do espectro de frequência que nos é destinado, mas também do volume de tráfego na rede. Nesse ponto, ao conectar cidades fora dos grandes eixos urbanos, será possível dispersar o número de conexões em uma mesma antena e talvez melhorar a experiência dos usuários em geral".

 

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