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19/08/2010 - 07h00 / Atualizada 24/05/2011 - 19h56

Casado, usuário de 'radar de gays' aposta no aplicativo para encontros rápidos

FERNANDA CALGARO | Para o UOL Tecnologia
Em Londres
  • Fernanda Calgaro/UOL

    Alejandro, 27, já chegou a sair com cinco homens em um dia; encontros foram marcados via Grindr

O colombiano Alejandro (nome fictício), 27 anos e há 4 deles vivendo em Londres, usa o Grindr, aplicativo de celular que localiza gays por meio de GPS, quase que diariamente há mais de um ano. Ele conta que, numa ocasião, chegou a sair com cinco homens e a fazer sexo com três deles num único dia. "Só não uso nos finais de semana, porque o meu marido, com quem estou há três anos, não sabe de nada", diz, mostrando a aliança dourada na mão esquerda.

"Dependendo do dia, principalmente de sexta-feira, é fácil encontrar muitos caras. Na hora do almoço também tem bastante gente conectada." Ele diz que os encontros acontecem em todo tipo de lugar, no escritório, na academia ou na casa de um amigo.

E quanto aos homens casados com mulheres? "Aparecem aos montes. E eu gosto de mandar fotos minhas para deixá-los acesos e ver qual é a reação."

Fotos com nudez ou obscenas são proibidas, sob risco de ter o perfil bloqueado pela empresa do aplicativo, mas Alejandro diz que consegue "driblar o sistema". "Eu coloco uma foto minha pelado por volta das 9h da noite, quando ninguém está lá para deletar. Então, eu consigo ficar com essa foto até de manhã, quando troco por outra."

  • Divulgação

    Página inicial do Grindr no iPhone; programa rejeita usuários nus

Ele diz que prefere as fotos que mostram algum detalhe do corpo, como um braço musculoso, em vez do rosto. "Para que estragar a surpresa?", pergunta.

Para ele, o que tem de melhor em relação ao Grindr é a curiosidade que desperta para saber quem está do outro lado. Segundo Alejandro, a conversa também tem de ser bem direta, para não perder tempo.

"Logo de cara você pergunta do que o cara está a fim. Em seguida, se é ativo ou passivo. Dependendo da resposta, você continua a conversa ou já bloqueia e parte para outro. Porque aí, no lugar dele, já aparece uma nova foto", explica Alejandro. "Se você gostar da pessoa, o próximo passo é pedir mais fotos e, se as fotos forem boas, perguntar onde podem se encontrar. É simples assim."

A três
Para o produtor de documentários C.W., 29, usar o Grindr é ainda mais simples (ele pediu que seu nome fosse retirado da reportagem após a publicação). Casado há dois anos e meio com um chileno, ele não tem de esconder nada do marido, pois os dois buscam juntos no Grindr parceiros para esquentar a relação. "Gostamos de sair a três", diz. C.W. também vê no aplicativo uma forma de ajudar gays a saírem do armário.

Ele confere o Grindr todos os dias, mas não necessariamente para encontrar alguém. "É um pouco de voyeurismo", diz. "Em média, saímos com alguém pelo Grindr a cada dois meses, porque não usamos só isso para conhecer gente. Vamos a bares também."

E nem sempre os encontros terminam em sexo. Uma vez, conta, ele e o marido foram até a casa de um "candidato" que parecia bem interessante pela foto. "Quando chegamos lá, ele estava com o cabelo raspado. Só que na foto ele aparecia com cabelo. E aí não gostei, fomos embora".

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