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14/10/2010 - 16h24 / Atualizada 14/10/2010 - 17h46

Celulares podem ajudar na redução da pobreza global, aponta relatório da ONU

ANA IKEDA || Do UOL Tecnologia

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Relatório afirma que taxa de penetração mundial de celulares subiu de dois para 25 aparelhos para cada 100 habitantes nos últimos anos

O uso de celulares pode ajudar as populações de baixa renda no mundo a melhorarem suas condições de vida pelo simples fato dos aparelhos levarem informações relevantes sobre trabalho. A afirmação é do relatório Economia da Informação 2010 divulgado nesta quarta (14) e produzido anualmente pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Pessoas pobres frequentemente sofrem com a falta de informações que são vitais a seus trabalhos. Isso inclui preços aplicados no mercado, informes meteorológicos e novas oportunidades para ganhar dinheiro”, diz o estudo da UNCTAD.

Nos últimos anos, a taxa de penetração de celulares subiu de dois para 25 aparelhos para cada 100 habitantes no mundo. Essa rápida difusão dos celulares tem um papel importante para levar essas informações essenciais às populações de baixa renda, prossegue o estudo, pois possuem uma tecnologia simples e acessível em termos de preço. Além disso, a telefonia celular tem apresentado uma adoção muito maior do que outras Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), como a internet. “Pela primeira vez, os pobres têm acesso imediato à comunicação interativa”, explica a UNCTAD.

Em alguns países, os celulares têm ajudado na inclusão dessas populações no sistema financeiro, permitindo que utilizem contas bancárias, façam transferências e pagamentos, principalmente em localidades remotas.

No Brasil, o relatório foi apresentado por Carlos Afonso, conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI.br). Afonso destacou a importância de redução de preços, tanto os aplicados na telefonia celular como na banda larga, como medida que segue as orientações da UNCTAD e que permitiria maior acesso da população de baixa renda às TICs. “Falta regulamentação nesses setores para que o país ofereça tarifas mais baixas”, enfatizou. Por exemplo, o Brasil tem o plano de dados móveis mais caro entre os países emergentes, com custo superior a 120 dólares por mês.

 

Políticas públicas

Entre as recomendações feitas pela UNCTAD, está a adoção de políticas públicas que aproveitem a adoção crescente dos aparelhos celulares e outras TICs, além do acompanhamento de como a população de baixa renda está utilizando esse recurso tecnológico.

“Para alcançar a parcela da população mais pobre, políticos devem apoiar o uso das TICs nos mais baixos níveis de atividade econômica, principalmente nas áreas rurais”, indica o relatório.

Além disso, os governos e agências de desenvolvimento devem trabalhar em conjunto ao setor privado para que pequenas empresas, que têm um papel importante na geração de empregos para a população nesta faixa de renda, utilizem as TICs.

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